Em passagem por Bagdá, Macron declara apoio à soberania do Iraque
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou nesta quarta-feira (2) em Bagdá seu apoio à “soberania” do Iraque diante da “ingerência estrangeira” que está enfraquecendo este país, que está sujeito a fortes tensões entre seus dois aliados, Washington e Teerã.
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Vindo de Beirute, o chefe de Estado também garantiu que a França continuará a "atuar ao lado" do Iraque na luta contra os jihadistas, que "não acabou mesmo que tenhamos derrotado o califado" do grupo do Estado Islâmico em 2017.
“O Iraque vive há vários anos um período de desafios, marcado pela guerra e pelo terrorismo”, disse Emmanuel Macron, iniciando a sua primeira visita a este país desde a sua eleição em 2017.
"Você tem uma transição para liderar" e a França deseja "totalmente" apoiá-la, acrescentou ele após uma entrevista com o presidente iraquiano, Barham Saleh.
O presidente francês passou apenas algumas horas em Bagdá, tempo para se encontrar com os principais líderes políticos, incluindo o novo primeiro-ministro Moustafa al-Kazimi. Além das relações bilaterais entre os dois países, ele discutiu os meios para "acompanhar o processo de soberania" do Iraque.
Interferências externas
Bagdá enfrenta "o desafio de múltiplas interferências externas, seja há vários anos ou seja mais recente", disse o presidente francês.
Diante dessas interferências, “o desafio das autoridades é fortalecer o Estado iraquiano, dar respostas educacionais, econômicas e sociais, continuar reformando o exército e integrar todos os componentes militares e milícias a ele hoje ", disse ele.
“Esses desafios se desenrolam em um contexto regional extraordinariamente tenso, com uma presença e influência muito forte do Irã e com repetidas incursões e uma maior vontade da Turquia de intervir mais na vida doméstica iraquiana”, denunciou Macron.
"Não queremos ser um espaço de confronto, mas de estabilidade e moderação", disse Kazimi.
"Pressão máxima"
O Iraque está há anos "bloqueado" entre seus dois parceiros mais influentes, Washington e Teerã, posição que se tornou ainda mais difícil de sustentar a partir de 2018 com a campanha de "pressão máxima" exercida pelos Estados Unidos de Donald Trump contra o Irã.
Nos últimos anos, os Estados Unidos retiraram-se gradualmente do Iraque. O presidente Donald Trump reafirmou seu desejo de retirar as tropas americanas do Iraque em 21 de agosto, mas sem especificar um cronograma. Cerca de 5.000 soldados e diplomatas americanos ainda estão destacados lá.
O grande vizinho iraniano tem em solo iraquiano o apoio crucial de Hachd al-Chaabi, uma coalizão de paramilitares integrada ao Estado e que exige no Parlamento a expulsão das tropas americanas.
A relação entre Bagdá e Teerã deve ser "de Estado para Estado e não por meio de milícias", disse Kazimi recentemente.
(Com informações da AFP)
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