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A Semana na Imprensa

Angela Merkel retorna à cena como líder absoluta para salvar a Europa da recessão

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A revista semanal Le Point publica uma reportagem de 11 páginas sobre a chanceler alemã, Angela Merkel, com a manchete de capa "A Patroa: Como Merkel poderá salvar a Europa". A publicação mostra que a dirigente alemã vai comandar a saída da recessão provocada pela pandemia de coronavírus no bloco. A Alemanha assume a presidência rotativa da União Europeia por seis meses, em 1° de julho.

A chanceler alemã, Angela Merkel, é apresentada na capa da revista Le Point como a "poderosa patroa" da União Europeia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, é apresentada na capa da revista Le Point como a "poderosa patroa" da União Europeia. © Divulgação
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Mais uma vez, Merkel surpreendeu a todos ao mandar para os ares um dos princípios fundamentais da política europeia da Alemanha, que era a recusa em assumir uma dívida compartilhada com os vizinhos, explica a revista. Merkel propôs, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, a criação de um fundo de € 550 bilhões para os países que solicitarem recursos à Comissão Europeia, principalmente os mais afetados pela pandemia, como Itália e Espanha, a título de ajuda financeira não reembolsável. Essa medida significa uma revolução na postura da Alemanha. Os recursos constituem um pacote solidário e correspondem à maior fatia do plano europeu de € 750 bilhões para superar a recessão histórica que se instalou na Europa.

Merkel deu este salto depois de se assegurar do apoio de sua base conservadora no Parlamento, sabendo que a opinião pública alemã, profundamente ligada à perenização da União Europeia, também era favorável à solidariedade com os vizinhos. O terceiro fator foi a queda de popularidade do partido de extrema direita AfD, minado por disputas internas.

O historiador alemão Frank Biess diz que "Merkel já vivenciou a ruína de um Estado, ela conhece a fragilidade e sabe que nem a União Europeia, nem a democracia são invencíveis". "A consciência deste risco com certeza pesou na decisão", afirma.    

A reportagem mostra que Merkel é uma mulher forte, íntegra, humana e, acima de tudo, pragmática. Os alemães nunca perderam a confiança na chanceler, apesar de um certo desgate provocado por 15 anos de poder. "Diante da crise sanitária, eles se deram conta de que têm uma dirigente muito melhor que um Donald Trump ou um Boris Johnson, espalhafatosos nos discursos, mas fracos na ação", nota a revista francesa. Por outro lado, a confiança em Merkel é inabalável: 80% dos alemães apoiam as decisões da chanceler e voltaram a querer que ela permaneça no governo por mais quatro anos.

"Ela demonstrou mais uma vez ser uma mulher competente e humana", diz Dirk Kurbjuweit, biógrafo de Merkel. "E a confiança no Executivo é um fator indispensável em tempos de crise", observa.

Os alemães só têm uma coisa em mente: saber como a União Europeia irá superar essa recessão histórica e apostam todas as suas fichas na competência de Angela Merkel.

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