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Macron cria comissão de 26 economistas de renome internacional para tratar de desafios globais pós-pandemia

O presidente francês, Emmanuel Macron, está montando uma comissão de 26 economistas franceses e estrangeiros para trabalhar em três "grandes desafios econômicos globais" no contexto pós-coronavírus: clima, desigualdade e demografia, anunciou nesta quinta-feira (28) o Palácio do Eliseu. Entre os membros do grupo estão especialistas de renome internacional, como os prêmios Nobel Peter Diamond e Paul Krugman, o ex-vice-presidente do Banco Mundial Nicholas Stern, especialista em economia do clima e ex-consultor de Bill Clinton, e Laura Tyson, expert em desigualdade.

O presidente francês, Emmanuel Macron.
O presidente francês, Emmanuel Macron. Aris Oikonomou / AFP
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A nova comissão será instalada por videoconferência nesta sexta-feira (29). Os integrantes terão como missão "fazer recomendações para tornar as políticas econômicas mais eficazes", a fim de enfrentar esses três desafios. O grupo deverá entregar um relatório com suas conclusões no final de dezembro de 2020.

A comissão terá como relatores Olivier Blanchard, ex-economista-chefe do FMI, e o vencedor do Prêmio Nobel em 2014, Jean Tirole. O time de economistas de primeiro plano será ainda composto pelos franceses Jean Pisani-Ferry e Philippe Aghion, que trabalharam na elaboração do programa econômico de Macron na campanha presidencial de 2017, o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Lawrence Summers, a economista-chefe da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Laurence Boone, além de Daniel Cohen, francês especialista em dívida pública.

Macron busca novamente aconselhamento especializado, depois da bem-sucedida experiência que teve com o conselho de cientistas nomeado para assessorá-lo na gestão da pandemia do coronavírus. O centrista já trabalha com equipes especiais para a política francesa na África e um conselho presidencial das cidades.

Segundo a nota do Palácio do Eliseu, a nova instância "deve responder ao desejo de Emmanuel Macron de repensar dogmas econômicos em escala francesa, europeia e internacional", em um contexto que atingiu "os limites do pensamento contemporâneo". Em relação às mudanças climáticas, às desigualdades sociais e à demografia, o chefe de Estado francês acredita que "são necessárias novas soluções econômicas, principalmente nos países atingidos pela crise da Covid-19", afirma o comunicado da presidência.

Recessão e desemprego históricos

Ao anunciar nesta quinta-feira a segunda e terceira etapas do plano de suspensão das restrições geradas pela epidemia de coronavírus, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, disse que a França "terá de lutar contra o impacto de uma recessão histórica". Ele lembrou que 843.000 pessoas perderam o emprego em abril, segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério do Trabalho.

O número de candidatos a um emprego inscritos na agência nacional Pôle Emploi chegou a 4,5 milhões de pessoas em abril, refletindo a contenção generalizada devido ao novo coronavírus. Em um mês, houve um salto de 22,6% de pessoas sem nenhuma atividade profissional, uma escala sem precedentes desde o início desta série estatística em 1996.

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