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Massacre

Cerco a soldado atirador na Tailândia dura 17 horas; 26 morreram

A Tailândia tenta se recuperar de um massacre "sem precedentes" no país, declarou o primeiro ministro, Prayut Chan-O-Cha, neste domingo (9). Na tarde de sábado (8), na cidade de Korat, no nordeste tailandês, um soldado armado de uma metralhadora e um fuzil disparou contra pessoas na rua e dentro de um shopping e causou 26 mortes.

Polícia retira cliente de shopping durante cerco a atirador tailandês em Korat, que durou toda a madrugada de domingo. (09/02/2020)
Polícia retira cliente de shopping durante cerco a atirador tailandês em Korat, que durou toda a madrugada de domingo. (09/02/2020) REUTERS/Athit Perawongmetha
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Na sequência, o atirador conseguiu se refugiar no centro comercial Terminal 21. Foi somente 17 horas depois do início da matança que as forças de elite da polícia tailandesa conseguiram atingir o homem, que foi morto. Um policial também morreu na operação.

Durante toda a madrugada, intensas trocas de tiros ocorreram entre o soldado e a polícia. Nos intervalos, pessoas escondidas dentro do shopping escapavam aos poucos. Dezenas se protegeram dentro de banheiros, em provadores de lojas ou atrás de balcões durante horas, à espera de um momento oportuno para fugir.

As forças de segurança pediram aos clientes que "levantassem as mãos" e se identificassem – a polícia temia que o agressor pudesse tentar se esconder entre os clientes. Uma testemunha que estava no shopping na hora do ataque contou à AFP que o lugar estava lotado. "Tinha muita gente”, disse a mulher de 32 anos, que pediu para não ser identificada.

“Foi como um pesadelo. Estou feliz de estar viva”, afirmou Sottiyanee Unchalee, 48 anos, que se refugiou em um banheiro.

Postagens nas redes sociais

A vítima mais nova foi um garoto de 13 anos. Pelo menos 10 feridos estão internados em estado grave, das quais dois em situação crítica.

O drama foi acompanhado por milhares de pessoas pela televisão e as redes sociais, onde foram divulgadas imagens da operação policial que resultou na morte do homem. O próprio atirador também publicou várias vezes sobre o ataque no Facebook, vestido com um uniforme militar. "Devo me entregar?" e "Ninguém pode escapar da morte", escreveu, entre outras postagens.

As motivações do soldado foram pessoais e teriam razões financeiras, na sequência da venda de uma casa, conforme indicou o premiê nesta manhã. O militar foi identificado como suboficial Jakrapanth Thomma.

Ataque começou em quartel

O ataque começou no fim da tarde contra um quartel do Exército, de onde o homem roubou as armas e munições. Três pessoas morreram, entre elas pelo menos um soldado, quando Thomma abriu fogo.

Na sequência, o autor do massacre "roubou um veículo militar e se dirigiu ao shopping da cidade", disse o tenente-coronel da polícia, Mongkol Kuptasiri.

A Tailândia é um dos países com maior percentual de pessoas com posse de armas do mundo, mas esse tipo de incidente, cometido por militares contra civis, é muito raro. No final do ano passado, houve vários tiroteios nos tribunais, reforçando o debate sobre o grande número de armas de fogo que circulam no país do Sudeste Asiático.

Com informações da AFP

 

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