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Kiev/ Ucrânia

Separatistas pró-Rússia anunciam troca de prisioneiros na Ucrânia no domingo

Uma troca de prisioneiros entre Kiev e os separatistas no leste da Ucrânia está prevista para este domingo (29), de acordo com os rebeldes pró-russos, o que seria uma nova etapa, se confirmada, de uma diminuição do conflito armado na Europa.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente russo Vladimir Putin no Palácio do Eliseu, em 9 de dezembro de 2019.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente russo Vladimir Putin no Palácio do Eliseu, em 9 de dezembro de 2019. HO / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP
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"Kiev e Donbass (separatistas) chegaram a um acordo sobre uma troca de prisioneiros (...) neste domingo, 29 de dezembro", anunciou Daria Morozova, mediadora do governo da autoproclamada república de Donetsk em um comunicado.

De acordo com Morozova, aos dois territórios separatistas de Donetsk e Lugansk serão entregues 87 pessoas, enquanto outros 55 serão entregues a Kiev. Mas ela não deu nenhuma indicação da identidade desses prisioneiros.

A mídia russa diz que a operação deve ocorrer na linha de frente. Por outro lado, as autoridades ucranianas não se pronunciaram, recusando-se a confirmar ou negar a troca. "Não estamos comentando isso", disse Olena Guitlianska, porta-voz da SBU, serviço de segurança ucranianos.

Início do relaxamento

O início desse intercâmbio antes do final do ano já havia sido estabelecido e exigido pelo novo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em 9 de dezembro, em Paris, onde a primeira cúpula de paz na Ucrânia foi realizada desde 2016.

Foi nesta circunstância que ele encontrou Vladimir Putin pela primeira vez, sob acompanhamento franco-alemão, o que pode ser considerado um avanço, mesmo que a reunião tenha resultado em poucas decisões concretas.

No entanto, desde a eleição do novo chefe de estado ucraniano, um certo relaxamento foi sentido. Em setembro, Kiev e Moscou trocaram 70 detidos, incluindo figuras simbólicas, como o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, lançado por Moscou.

Como outro exemplo, ambos os adversários recuaram em três pequenas áreas da linha de frente, e a cúpula de Paris decidiu que até o final de março mais retiradas de tropas desse tipo deveriam ocorrer.

A Rússia também devolveu navios de guerra que apreendeu em Kiev, e várias autoridades russas, lideradas por Vladimir Putin, já revelaram apreciar Zelensky.

A guerra entre Kiev e separatistas pró-Rússia matou mais de 13 mil pessoas desde 2014. O Ocidente e a Ucrânia acusam Moscou de financiar e armar os rebeldes, o que a Rússia nega, alegando desempenhar um papel político-humanitário na proteção dos habitantes locais nessas regiões de língua russa.

Acordo político pendente

A assinatura dos acordos de paz de Minsk em 2014 e 2015 pôs fim aos combates mais violentos, mas o cessar-fogo planejado nunca foi implementado, e os confrontos armados permanecem quase diariamente, com uma solução política do conflito que ainda não avançou.

As negociações em Paris com Putin, Zelensky, Emmanuel Macron e Angela Merkel, uma formação apelidada de "Normandia", não resultaram em nenhum progresso, seja na retirada de armas pesadas, na restauração do controle de Kiev na sua fronteira com a Rússia, em maior autonomia para os territórios sob controle separatista, seja na organização de eleições locais nessas regiões.

Os diferentes campos parecem ter certas posições irreconciliáveis. Volodymyr Zelensky excluiu assim qualquer possibilidade de votação e de autonomia, desde que grupos armados estivessem "ilegalmente" em território ucraniano. Entenda-se os separatistas e seus patrocinadores russos.

Vladimir Putin novamente deu forte apoio aos rebeldes em 10 de dezembro, descartando qualquer retorno ao controle de fronteira em Kiev. "Posso imaginar o que poderia acontecer de outra maneira. Sebrenica!", ele lançou, referindo-se ao massacre de 8 mil pessoas em 1995 pelos sérvios da Bósnia.

Logo após uma revolução que derrubou um presidente pró-russo da Ucrânia, a Rússia anexou a península da Criméia em março de 2014. Em seguida, militantes separatistas tomaram posse de prédios administrativos em várias cidades no leste da Ucrânia, a maioria deles completos desconhecidos que proclamam a independência das repúblicas populares de Donetsk (DNR) e Lugansk (LNR). Uma guerra se seguiu, com a contraofensiva de Kiev.

Para o Ocidente, a manobra é clara: Moscou armou e financiou esses separatismos para enfraquecer um vizinho que se voltou para o Ocidente.

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