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Irã/Internet

Irã restringe uso de Internet para evitar homenagens a mortos nos protestos

O acesso à Internet foi cortado nesta quarta-feira (25) em várias províncias iranianas, informou a agência de notícias Ilna. A medida foi anunciada na véspera das comemorações lançadas nas redes sociais em homenagem aos mortos durante as manifestações em meados de novembro. Os protestos foram provocados pelo aumento do preço dos combustíveis.

Iranianos protestam contra a violência da repressão policial, que, segundo a Reuteurs, teria deixado cerca de 1500 vítimas civis entre os manifestantes.
Iranianos protestam contra a violência da repressão policial, que, segundo a Reuteurs, teria deixado cerca de 1500 vítimas civis entre os manifestantes. Reuters
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A restrição ao acesso à Internet foi ordenada por altos funcionários de segurança do Irã de acordo com a agência Ilna, que credita suas informações a uma fonte no Ministério iraniano de Telecomunicações. "Essa restrição no acesso à Internet diz respeito apenas ao tráfego internacional em telefones celulares", disse a fonte à Ilna. Os sites nacionais permanecerão acessíveis durante o corte, de acordo com a mesma fonte.

Segundo a agência, a conexão à Internet será limitada principalmente nas províncias de Alborz (norte), e Kordestan (oeste), além de Fars e Zanjan (norte), e a restrição pode se estender a outras regiões. Mais tarde, a agência retirou as informações, negando que o corte fosse decidido por altos funcionários e das províncias envolvidas.

Correspondentes da agência AFP em Teerã relataram interrupções na internet nesta quarta-feira e o NetBlocks, que monitora o acesso gratuito à Internet, também mencionou limitações. "Evidências de interrupção da internet móvel em partes do Irã desde o início da manhã", escreveu a ONG em sua conta no Twitter.

Os cortes acontecem às vésperas das comemorações planejadas em homenagem às vítimas de violência que ocorreram durante as manifestações de novembro, contra o aumento do preço da gasolina.

Blecaute

No início dos protestos, um blecaute total da Internet foi imposto pelas autoridades, enquanto postos de gasolina, delegacias, shopping centers, mesquitas e prédios públicos foram incendiados ou atacados, segundo informações da mídia local.

No dia 4 de dezembro, as autoridades iranianas finalmente admitiram ter matado manifestantes nas ruas do país. A mídia estatal revelou que as autoridades de segurança do país usaram força letal contra "bandidos e manifestantes", depois que protestos eclodiram.

As autoridades devem agora publicar um relatório detalhado sobre as vítimas, tendo confirmado oficialmente até agora a morte de apenas cinco pessoas - quatro membros das forças de segurança mortas por "manifestantes" e um civil. A Anistia Internacional disse que mais de 300 pessoas morreram durante a repressão aos protestos, e chegou a citar "mortes horríveis". Já a agência Reuteurs informou na terça-feira que o número de manifestantes mortos nos protestos chegava a 1500.

Entre as vítimas listadas, consta o nome de Pouya Bakhtiari, 27, supostamente morto em Karaj, capital da província de Alborz. Seus familiares foram presos na terça-feira por "tentativa de efetuar um projeto contrarrevolucionário", segundo a agência de notícias Mehr, próxima a conservadores moderados do Irã.

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