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Síria/Conflito

França e EUA pressionam regime sírio a não sabotar negociações de paz

O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayroult, pediram neste domingo (13), em Paris, véspera da retomada de negociações de paz sobre o conflito sírio, discussões decisivas sobre a transição política na Síria. Os dois chanceleres também rejeitaram a imposição, feita ontem (12) pelo regime de Damasco de que não aceitaria discutir o futuro de Bashar Al-Assad em Genebra. Os representantes do governo sírio e da oposição já estão na cidade suíça.

O ministro das Relaçéoes Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, e o secretário de Estado americano, John Kerry, durante coletiva à imprensa em Paris, neste domingo (13).
O ministro das Relaçéoes Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, e o secretário de Estado americano, John Kerry, durante coletiva à imprensa em Paris, neste domingo (13). REUTERS/Gonzalo Fuentes
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Para garantir negociações críveis, Washington e Paris também insistiram neste domingo sobre o respeito ao cessar-fogo e a garantia de ajuda humanitária aos civis sírios.

O secretário de Estado americano John Kerry, afirmou em coletiva de imprensa, que "todas as partes devem respeitar a trégua, cooperar na ajuda humanitária e respeitar o processo de negociações para chegar a uma transição política". Kerry informou que 600 combatentes do grupo Estado Islâmico foram mortos na Síria nas últimas três semanas e que o grupo jihadista perdeu 3.000 km2.

Negociações começam nesta segunda-feira

O chefe da delegação governamental, Bashar al Jaafari, chegou na manhã deste domingo a Genebra para esta nova sessão de negociações que acontecerá durante quase duas semanas no Palácio das Nações das Nações Unidas. O representante da oposição, Mohammed Alluche, e os outros membros do Alto Comitê de Negociações (ACN) chegaram no sábado à cidade suíça.

Essa nova rodada se inicia em um ambiente diferente da anterior, no final de janeiro, quando as discussões, mediadas pela ONU, nem tiveram início. O cessar-fogo, orquestrado pelos Estados Unidos e a Rússia, que entrou em vigor no dia 27 de janeiro e está sendo respeitado, apesar de algumas violações, permitiu a retomada do diálogo.

A formação de um governo que inclua todas as tendências, a redação de uma Constituição e a organização de eleições presidenciais e parlamentares, devem dominar as discussões. Segundo o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, o objetivo é organizar as eleições em 18 meses.

Bashar Al-Assad se recusa a deixar o poder

No entanto, analistas acham que esta agenda não é realista, pois acreditam que o presidente Bashar Al-Assad não vá querer deixar o poder, como exige a oposição. Um sinal dessa posição do regime foi a afirmação ontem do chanceler sírio, Walid Muallem, de que o futuro do presidente continua sendo uma "linha vermelha" a não ser ultrapassada e que não irá discutir este tema com a oposição, nem com o enviado da ONU. Desde as primeiras negociações, que fracassaram em 2014, o principal obstáculo tem sido o futuro de Al-Assad.

As conversas em Genebra sobre o futuro do país, devastado por quase seis anos de guerra que deixaram mais de 270.000 mortos e milhares de refugiados, acontecerão em salas separadas com representantes do governo e da oposição.
 

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