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Estudo/ igualdade

Temendo impacto na carreira, homens resistem a licença paternidade

Um estudo publicado nesta quarta-feira (2) pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) indica que 23 dos 24 países membros da entidade oferecem licença paternidade remunerada – mas poucos são os homens que usufruem deste direito, deixando a tarefa de cuidar dos recém-nascidos para as mães.

Poucos são os pais que usufruem do direito à licença paternidade remunerada, embora quase todos os países desevolvidos ofereçam essa alternativa, à execção dos Estados Unidos.
Poucos são os pais que usufruem do direito à licença paternidade remunerada, embora quase todos os países desevolvidos ofereçam essa alternativa, à execção dos Estados Unidos. RFI
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Em muitos dos países desenvolvidos, menos de uma em cada cinco licenças parentais é utilizada pelo pai. “Em geral, os homens tiram alguns dias de licença paternidade logo depois do nascimento do filho, mas apenas os mais motivados e mais corajosos usam o direito de uma licença mais longa”, destaca o texto.

Nos países escandinavos e em Portugal é onde é mais comum encontrar pais que desfrutam deste direito, em pelo menos 40% dos casos. Já na Austrália, na Polônia ou na República Tcheca, o índice despenca para um a cada 50.

Impacto na carreira preocupa

O estudo observa que os homens temem o impacto da ausência do trabalho para cuidar dos filhos nas suas carreiras. No Japão e na Coreia do Sul, quase nenhum pai aproveita o um ano de licença ao qual tem direito.

A OCDE ressalta que o maior impedimento é, principalmente, financeiro: como, em geral, os homens ganham mais do que as mulheres (em média 15% a mais, nos países ricos), a tendência é que eles continuem trabalhando para manter a renda familiar.

“A boa notícia”, nota o relatório, é que o usufruto da licença paternidade está aumentando. Na Finlândia, o índice dobrou de 2006 a 2013, e na Bélgica subiu 10 pontos no mesmo período.

Alguns países, entretanto, demonstram limitações em disseminar a licença paternidade. É o caso da Áustria e da França, onde os homens representam apenas 4% dos pais que se ausentam do trabalho para cuidar dos filhos. Esse é praticamente o mesmo índice de 10 anos atrás nesses países, sublinha a OCDE.

Mudanças na legislação francesa

No ano passado, o governo francês ampliou os direitos dos pais, na tentativa de incentivá-los a repartir melhor os cuidados dos bebês com as mães: o período dobrou de seis meses para um ano, no caso do primeiro filho, à condição que os dois membros do casal usufruam da licença. A partir do segundo filho, a ausência remunerada do trabalho pode chegar a três anos, desde seja dois anos para a mãe e um para o pai, ou vice-versa. Em qualquer caso, entretanto, a remuneração do casal cai.

Para enfrentar esse problema, a Alemanha adotou um sistema de licenças mais curtas, porém melhor pagas. Desde 2007, o valor recebido está mais próximo do salário da mãe ou do pai.
 

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