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Síria

Governo sírio é responsável pelo desaparecimento de 60 mil pessoas desde 2011

O Estado sírio e suas milícias aliadas são responsáveis pelo desaparecimento de pelo menos 60 mil pessoas, a maioria civis, desde 2011, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (5) pela Anistia Internacional. O relatório se baseia nos testemunhos de familiares destas pessoas desaparecidas, que tiveram que pagar intermediários para obter informações sobre seu paradeiro.

O ditador sírio Bashar al-Assad.
O ditador sírio Bashar al-Assad. DR
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Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, baseada em Londres, "o Estado se aproveita, por meio de um insidioso mercado negro, dos inúmeros e sistemáticos desaparecimentos forçados". "As famílias que buscam desesperadamente conhecer o destino de seus parentes desaparecidos são cruelmente exploradas por indivíduos que tiram o dinheiro delas", acrescenta a Anistia, em um relatório.

Os relatos afirmam, por exemplo, que prisioneiros do regime são colocados em celas superlotadas, submetidos a tortura e expostos a doenças. Um dos sobreviventes diz que passou três anos encarcerado sem direito a qualquer exercício físico. Ele relata que, conforme os presos morriam, iam sendo substituídos nas celas.

A Anistia diz que estas informações das entranhas do regime sírio alimentam uma indústria. A única maneira de saber o paradeiro de familiares seria pagando estes intermediários que tem acesso ao regime. Estes informantes se recusam a prestar depoimentos formais por medo de represálias.

"Estamos certos de que o governo e os responsáveis das prisões se aproveitam das quantias pagas para elucidar esses desaparecimentos e centenas de testemunhas confirmam isso", disse à AFP a autora do relatório, Nicolette Boehland. Segundo a Anistia, opositores do governo, como manifestantes, militantes de direitos humanos, jornalistas, médicos e trabalhadores humanitários, estão entre os desaparecidos.

Em alguns casos, "os desaparecimentos forçados se utilizaram de maneira oportunista para ajustes de contas, ou fins lucrativos, o que alimenta esse fenômeno", acrescenta a ONG.

Estados Unidos

Os Estados Unidos disseram nesta quinta-feira (5) que os ataques aéreos empreendidos pela Rússia estão “exacerbando perigosamente” o conflito e acusam Moscou de estar apenas tentando fortalecer o regime de Bashar al-Assad, em vez de realmente combater os jihadistas.

A crítica chega em um momento em que as tropas sírias, apoiadas pela Rússia, recuperaram uma uma importante estrada que leva à cidade de Alepo e que estava ocupara pelo grupo Estado Islâmico.

 

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