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Jerusalém

Esplanada das Mesquitas tem novos confrontos entre palestinos e policiais israelenses

Palestinos e policiais israelenses se enfrentaram nesta segunda-feira (14), pelo segundo dia consecutivo, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. O ambiente se deteriorou com o aumento da presença de judeus e turistas que vão ao local celebrar o Ano Novo judaico.

No domingo (foto), a polícia israelense já tinha entrado em confronto com palestinos na mesquita Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.
No domingo (foto), a polícia israelense já tinha entrado em confronto com palestinos na mesquita Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. REUTERS/Ammar Awad
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Como aconteceu no domingo, policiais israelenses entraram na mesquita de Al-Aqsa para garantir a segurança de turistas autorizados a visitar o local. Segundo comunicado da polícia israelense, os policiais foram alvo de pedras lançadas por jovens encapuzados e tiveram que usar a violência para dispersar os manifestantes.

A polícia usou bombas de efeito moral, ao mesmo tempo em que avançava contra manifestantes e jornalistas para tentar dispersar a multidão. Cinco manifestantes foram detidos no interior da mesquita. Outros quatro ativistas foram presos em ruas adjacentes. 

A Esplanada das Mesquitas é considerada o terceiro lugar sagrado para os muçulmanos, mas também é venerada pelos judeus que chamam o local de Monte do Templo.

Os muçulmanos temem uma tentativa de Israel de mudar as normas de administração do local, estimulada por grupos de extrema-direita judeus que exigem um acesso maior ou até mesmo a construção de um novo templo. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o 'status quo' será respeitado nesse local sensível, mas os palestinos mantêm a desconfiança.

Os não muçulmanos têm permissão de visitar a Esplanada, mas os judeus estão proibidos de rezar ou exibir símbolos nacionais no local, uma medida para evitar ainda mais a tensão com os muçulmanos. "Estamos preocupados com Al-Aqsa porque Israel quer esvaziá-la e depois retirar todos os muçulmanos de Jerusalém", disse à AFP Sanaa Rajabi, uma das mulheres que protestaram na entrada da mesquita. "É o primeiro passo para dividir Al-Aqsa. Eles fazem isto passo a passo para que os muçulmanos e os árabes não digam nada, mas este é o plano", completou.

Aumento das visitas dos não muçulmanos

As visitas de não muçulmanos ao local aumentam durante as férias judaicas. As cerimônias do Ano Novo judaico (Rosh Hashanah) começaram no domingo à noite e devem terminar na terça-feira.

O ministro da Agricultura israelense, Uri Ariel, de ultradireita, estava entre os ativistas que visitaram o local no domingo, segundo a imprensa.

O ministério da Defesa decidiu proibir a entrada no local dos grupos muçulmanos Murabitat e Murabitun - que afirmam defender a Esplanada das Mesquitas - para proteger "a segurança do Estado, o bem-estar e a ordem pública".

Nos distúrbios de domingo, testemunhas afirmaram que a polícia entrou na mesquita de forma violenta e provocou danos. A polícia alega que se limitou a fechar as portas para evitar que as pessoas que estavam do lado de dentro atirassem pedras e outros objetos.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou a ação da polícia israelense no domingo, ao recordar que locais como Al-Aqsa constituem uma "linha vermelha". "Não permitiremos ataques contra nossos locais sagrados". Netanyahu defendeu a atuação da polícia dizendo que era responsabilidade e um direito do Estado israelense "atuar contra os agitadores para permitir a liberdade dos fiéis neste local sagrado".

Israel conquistou Jerusalém Oriental, onde fica a Esplanada das Mesquitas, durante a guerra dos Seis Dias de 1967 e mais tarde a anexou a seu território, uma medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.

A polícia afirmou nesta segunda-feira que as pedras atiradas por manifestantes podem ter provocado um acidente de carro que matou um motorista perto de um bairro palestino de Jerusalém.

Netanyahu convocou uma reunião de emergência de seu gabinete para terça-feira, com o objetivo de tentar acalmar a situação, segundo uma fonte do governo.

Com informações da AFP

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