Representante europeia vai ao Egito em meio a escalada de conflitos
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Ouvir - 04:28
A violência voltou a tomar o Egito no fim de semana, com confrontos em diversas cidades no país, incluindo a morte de 72 partidários da Irmandade Muçulmana no Cairo e acusações de que forças de segurança teriam atirado contra manifestantes para dispersar um protesto a favor do presidente deposto Mohamed Mursi e contra as Forças Armadas. A onda de violência tem gerado temores de que o impasse político no país possa desencadear um conflito ainda maior no Egito, informa o correspondente no Cairo da Rádio França Internacional, Hugo Bachega.
A chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, visita nesta segunda-feira o general Abdel Fattah al-Sisi, chefe do Exército que destituiu Mursi, com o presidente interino Adly Mansour e autoridades do braço político da Irmandade Muçulmana.
Catherine deverá pressionar por um processo de transição inclusivo, com a participação de todos os grupos, inclusive a Irmandade Muçulmana, que tem rejeitado ofertas de cooperação.
A morte de 72 partidários de Mursi no sábado gerou críticas da União Europeia e de diversos aliados do Egito. O Ministério do Interior egípcio rejeitou as alegações de testemunhas de que forças de segurança teriam atirado contra a multidão, e um procurador abriu uma investigação para apurar as reais causas da violência.
A violência desde a queda de Mursi já matou mais de 300 pessoas, e a tensão é clara nas ruas do Egito, já que a violência atinge diversas outras regiões do país, como a Península do Sinai, que tem registrado confrontos praticamente todos os dias. O temor é de que o agravamento da violência possa desencadear um conflito ainda maior.
Outro fenômeno é um crescente culto à imagem ao general Sisi, chefe do Exército. Cartazes com fotos dele são exibidas em lojas e carros, faixas foram colocadas nas casas e painéis são vendidos nas ruas, um sinal de sua crescente influência política.
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