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Egito/ primavera árabe

Justiça egípcia determina novo julgamento de Mubarak em 13 de abril

A Justiça egípcia determinou que o início do julgamento em apelação do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak será no dia 13 de abril. Na primeira instância, o ex-ditador foi condenado à prisão perpétua pela morte de manifestantes, durante as revoltas populares de janeiro de 2011.

Protestos contra o presidente egípcio, Mohammed Mursi, têm se repetido diariamente no país.
Protestos contra o presidente egípcio, Mohammed Mursi, têm se repetido diariamente no país. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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A data é apenas nove dias antes do inicio das eleições legislativas no país, que enfrenta uma crise política e insatisfação crescente da população. Também serão julgados os dois filhos de Mubarak, Gamal e Alaa, seu ministro do Interior, Habib el Adli, seis de seus adjuntos e o empresário foragido Hussein Salem.

Mubarak é o primeiro ex-chefe de Estado a ser julgado após o início da Primavera Árabe. Aos 84 anos, ele se encontra preso e internado em um hospital militar no Cairo. Em 13 de janeiro, a Justiça aceitou receber o recurso da sentença de prisão perpétua.

Kerry promete liberação de ajuda

Neste domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, encerrou sua visita de dois dias ao Egito e se encontrou o presidente do país, o islamita Mohamed Mursi, e o ministro da Defesa, Abdel Fatah al-Sisi. O Egito enfrenta uma profunda divisão entre os islamitas de Mursi e uma ampla oposição que acusa o presidente de fracassar em sua resposta às necessidades econômicas do país.

O americano anunciou o desbloqueio de uma ajuda de 250 milhões de dólares ao país, de um total de 450 milhões anteriormente prometidos. Kerry pediu aos diferentes grupos políticos "mais esforços e compromissos" em busca da estabilidade política e a recuperação econômica.

"Está claro que é preciso mais esforços e compromossos para restabelecer a unidade, a estabilidade política e a saúde econômica no Egito", disse o secretário de Estado, por comunicado, após a reunião com Mursi.

Em um encontro com empresários, o secretário de Estado ressaltou a importância de um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), parcialmente condicionado a um acordo entre as facções divididas do país. "É primordial, essencial e urgente que a economia egípcia se torne mais forte. Para nós, está claro que é preciso alcançar um acordo com o FMI. Portanto, necessitamos dar confiança aos mercados."

A crise política tem se traduzido em violência. Neste sábado, manifestantes atacaram um prédio da polícia em Mansura, cidade do norte do Egito, onde foram registrados novos confrontos após a morte de um manifestante na noite passada, indicou a agência de notícias Mena.

Em frente ao ministério das Relações Exteriores, dezenas de manifestantes queimaram fotos de Kerry, acusando os Estados Unidos de apoiarem Mursi. Depois de manifestações em massa e confrontos no final de 2012, protestos em janeiro marcando o segundo aniversário da revolução voltaram-se contra Mursi, degenerando novamente em confrontos que deixaram 60 mortos.
 

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