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Síria/Trégua

Exército sírio e rebeldes anunciam cessar-fogo em feriado religioso

O Exército sírio e os rebeldes que lutam pela queda do regime de Bashar al-Assad anunciaram nesta quinta-feira que vão cessar os combates durante quatro dias, a partir da manhã desta sexta-feira até a próxima segunda-feira, durante as celebrações de Eid al-Adha, uma das festas religiosas mais importantes do calendário muçulmano. Os dois lados aceitaram a proposta do mediador internacional da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, com a ressalva de que vão contra-atacar se uma das partes romper o acordo.

Moradores de Maaret al-Noomane buscam corpos nos escombros após bombardeio do regime.
Moradores de Maaret al-Noomane buscam corpos nos escombros após bombardeio do regime. AFP PHOTO/BULENT KILIC
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No comunicado lido na TV estatal, o Exéricto sírio "se reserva o direito de reagir se grupos terroristas armados continuarem a atirar em civis e nas forças governamentais ou atacarem bens públicos e privados".

Do lado rebelde, o chefe do comando militar superior do Exército Sírio Livre, general Moustapha al-Cheikh, informou que também respeitará a trégua, mas replicará "com dureza" em caso de ataque das forças governamentais. "Respeitaremos a trégua, mas se o Exército fizer um único disparo, responderemos com cem balas", afirmou o general rebelde que dirige as operações da rebelião armada a partir da Turquia.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) se diz pronto para enviar ajuda humanitária à população síria durante a trégua, principalmente a zonas até então inacessíveis.

Se a trégua realmente se confirmar, este será o primeiro cessar-fogo a ser respeitado na Síria desde o início da revolta, em março de 2011. Em 12 de abril passado, um cessar-fogo chegou a ser proclamado por Kofi Annan, o primeiro mediador destacado pela ONU, sem sucesso. As duas partes descumpriram o acordo. Os combates só diminuíram de intensidade e Kofi Annan acabou renunciando à missão.

Rússia e EUA trocam acusações

A "nova guerra fria" entre a Rússia e os Estados Unidos tendo a Síria como pano de fundo segue firme. Hoje, a Rússia, principal aliada do regime de Damasco, acusou os Estados Unidos de "coordenar e dar ajuda logística à entrega de armas a grupos ilegais sírios". Moscou voltou atrás, no entanto, e atenuou as acusações de que os Estados Unidos entregavam diretamente aos rebeldes sírios mísseis portáteis solo-ar de fabricação americana (da marca Stinger), conforme afirmou ontem o chefe do Estado Maior das Forças Armadas russas. Um porta voz da diplomacia russa disse que os rebeldes "utilizavam mísseis provenientes de vários Estados", mas Moscou ainda não sabia quem os entregava.

O Departamento de Estado americano desmentiu armar os rebeldes sírios com veemência. "Vocês sabem que só damos assistência não-letal aos sírios. Não fornecemos e não vamos fornecer mísseis Stinger à Síria", declarou um porta-voz do Departamento de Estado.

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