François Hollande faz visita surpresa ao Afeganistão

O presidente francês desembarcou em Cabul, na manhã desta sexta-feira, e em seguida foi para a base militar francesa da província de Kapisa. Ele quis explicar pessoalmente aos soldados as razões que o levaram a decidir por uma retirada antecipada das tropas de combate até o fim de 2012, um ano antes do prazo previsto por seu antecessor, Nicolas Sarkozy.

O presidente francês, François Hollande, passa em revista às tropas na base de Kapisa, nesta sexta-feira, 25 de maio de 2012. ©Reuters.

Hollande desembarcou em Cabul acompanhado dos ministros da Defesa, Jean-Yves Le Drian, e das Relações Exteriores, Laurent Fabius. Em seguida, a comitiva foi de helicóptero para a base militar de Nijrab, na instável província de Kapisa, na região noroeste do país, onde ficam a maior parte dos cerca de 3.550 soldados franceses presentes no Afeganistão.

Segundo o socialista, 2 mil soldados devem voltar para casa até o final do ano. O restante ficará no país até 2013, para repatriar os equipamentos militares. A França tem o quinto contingente da coalizão da OTAN, longe atrás dos Estados Unidos, com 90 mil homens, e da Grã-Bretanha, com 9.500 soldados.

Hollande garantiu que a retirada dos militares será feita "de forma ordenada e coordenada com os aliados da OTAN, principalmente com o americano Barack Obama". Ao lado do presidente afegão Hamid Karzai, o socialista afirmou que deseja dar uma dimensão civil à cooperação francesa no Afeganistão, com investimentos nas áreas econômica, social e cultural, considerando que a luta contra o terrorismo está chegando ao fim.

No encerramento da cúpula da OTAN, segunda-feira, em Chicago, Hollande disse que a França havia cumprido "mais do que o seu dever". Ele lembrou que 83 soldados franceses morreram em 11 anos de guerra no solo afegão. A transferência da segurança da província de Kapisa às forças afegãs já atingiu a terceira fase, num plano que prevê cinco etapas.