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Japão/Nuclear

Japão pode parar todo seu parque nuclear para manutenção

O ministro japonês da Indústria, Yukio Edano, admitiu nesta quinta-feira que dentro de alguns meses todo o parque nuclear do país pode estar parado para manutenção. O governo, segundo ele, não tem condições de estabelecer nenhum calendário para reativar os reatores que estiverem com as atividades suspensas. Diante dessa perspectiva, as companhias de eletricidade apelam para a população reduzir o consumo de energia.

O ministro japonês da Indústria, Yukio Edano, em Tóquio, em foto do dia 21 de dezembro de 2011.
O ministro japonês da Indústria, Yukio Edano, em Tóquio, em foto do dia 21 de dezembro de 2011. AFP PHOTO / Yoshikazu TSUNO
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“Se nós fixarmos uma data para relançar os reatores, isso significa que estaremos antecipando conclusões sobre a segurança e, neste caso, não poderemos conquistar a confiança da população”, afirmou Edano.

“Desde agora nós devemos tomar medidas para o caso de não haver mais exploração das centrais nucleares nos próximos meses e sobretudo, durante o pico do consumo, nos meses de verão”, alertou o ministro.

A Companhia de eletricidade Chugoku Electric Power, na região central do Japão, anunciou nesta quinta-feira a suspensão de seu segundo reator atômico, a partir do dia 27 de janeiro, para manutenção. O reator Shimane 2, que começou a ser explorado comercialmente em dezembro de 2010, terá suas atividades suspensas para manutenção regular prevista.

Os reatores japoneses devem passar por controles técnicos em intervalos de até treze meses.

Do total de 54 reatores do parque nuclear japonês, apenas 5 estão em atividade, incluindo o Shimane 2. As outras unidades em funcionamento devem estar paralisadas dentro de um mês e meio, sem que haja previsão de quando os reatores poderão voltar a operar.

Depois do terremoto e do tsunami de 11 de março, que provocaram o acidente na central nuclear de Fukushima Daiichi, no nordeste do país, dezenas de reatores tiveram suas atividades suspensas por questões de segurança.

O retorno às atividades dos reatores que tiveram suas atividades paralisadas para manutenção ou devido ao tremor de terra depende de novos testes de resistência e da aprovação das autoridades locais, o que provoca atrasos no calendário previsto anteriormente.

De acordo com o correspondente da RFI no Japão, Frédéric Charles, o primeiro-ministro Yoshihiko Noda, pode procurar reativar os reatores nucleares suspensos para evitar que empresas fechem suas unidades no Japão e transfiram sua produção para países que não representem riscos de pane de energia.

No entanto, o governo foi obrigado a admitir nesta quinta-feira que depois do acidente nuclear de Fukushima a população está cada vez mais reticente a aceitar a reabertura dos reatores.
 

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