Na Arábia Saudita, líderes britânico e chinês discutem tensão no Irã

O embargo de exportações de petróleo do Irã aumenta as tensões entre a comunidade internacional e o regime de Teerã, com consequências sobre o preço do produto, que pode subir. Muitos países importadores do petróleo iraniano iniciaram negociações com os países do Golfo para discutir alternativas a uma possível ameaça do Irã em fechar o Estreiro de Ormuz: o primeiro-ministro britânico, David Cameron, chegou esta manhã à Arábia Saudita para discutir o assunto autoridades locais.

Rei saudita, Abdallah II, recebe os primeiros-ministros britânico e chinês. Reuters

Karina Hermesindo, correspondente RFI em Au Dhabi

O premiê chinês, Wen Jiabao, também visitará a região, amanhã. Eles se reúnem com o rei Abdullah e com o príncipe herdeiro, Nayef. Na pauta, as relações bilaterais entre os países, mas principalmente os recentes conflitos na região, como o possível embargo do petróleo iraniano.

Esta é a primeira vez que Cameron visita o reino saudita desde que assumiu o governo britânico, em 2010. Já a ultima delegação chinesa em visita oficial ao golfo foi em 2009. O premiê discutiu com os dirigentes árabes sobre as consequências de um possível embargo do petróleo iraniano e a ameaça do Irã em fechar o estreito de Ormuz.

Outro assunto da pauta entre os dirigentes britânicos e sauditas é a compra de caças britânicos Typhoon. Em 2006, a Arábia Saudita encomendou 48 caças, mas a monarquia estaria agora interessada em aumentar a encomenda para 72 aeronaves.

Já o premiê chinês fará um giro pelo Golfo Pérsico de cinco dias, começando por uma visita no sábado à Arábia Saudita. Em seguida, Wen Jibao vai ao Catar e Emirados Árabes. Ele deverá tratar sobre a possibilidade de diminuir as exportações de petróleo iraniano. Mas para que isso ocorra, o premiê chinês vai tentar obter garantias tanto de preço como de abastecimento.

A situação é delicada porque se o Irã fechar o estreito de Ormuz dificilmente os países do Golfo conseguirão exportar o seu petróleo. E o gigante gasoduto que os Emirados Árabes anunciaram construir esta semana deverá ficar pronto só em maio ou junho.

Jibao também deverá tratar sobre a parceria com o governo saudita para a construção de uma refinaria de petróleo na costa do Mar Vermelho. Segundo os jornais locais, é possível que os chineses e os sauditas anunciem a parceria durante a visita do primeiro ministro chinês.

Após o encontro com o rei da Arábia Saudita, o premiê chinês segue para o Catar e Emirados Árabes onde vai participar da cerimonia de abertura do Congresso Mundial de Energia, que ocorre em Abu Dhabi de 16 a 19 de janeiro.