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Tunísia/eleições

Partido do Renascimento Islâmico anuncia vitória na Tunísia

O partido islâmico Ennahda anunciou sua vitória nas eleições na Tunísia deste domingo, e se comprometeu a respeitar os direitos das mulheres e das minorias religiosas no país, segundo um dos membros da direção, Nourreddine Bhiri. Com a chegada da legenda ao poder, a comunidade ocidental teme um retrocesso em relação aos direitos das mulheres.

Rached Ghannouchi, líder do partido islâmico Ennahda, em janeiro de 2011
Rached Ghannouchi, líder do partido islâmico Ennahda, em janeiro de 2011 AFP/FETHI BELAID
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Os resultados oficiais devem ser divulgados nesta terça-feira, mas o partido teria obtido 30% dos votos válidos. O PDP (Partido Progressista Democrático), por sua vez, reconheceu sua derrota. Essas são as primeiras eleições no país desde a revolta popular que culminou na queda do ditador Ben Ali e deu início à Primavera Árabe. Mais de sete milhões de pessoas foram às urnas neste domingo, o que representa uma taxa de participação de 90%. Cerca de 110 partidos disputaram as 217 cadeiras da Assembleia Constituinte.

Segundo o representante do Ennahda, "serão respeitados os direitos das mulheres e de igualdade entre todos os tunisianos, independemente da religião, sexo, ou classe social." O crescimento do partido do Renascimento Islâmico na cena política preocupa a oposição. As tunisianas são protegidas por leis que proíbem a poligamia, autorizam o aborto e o divórcio na Justiça, diferentemente de boa parte das muçulmanas no mundo árabe. As leis, instituídas em 1956, permitiram às mulheres, que representam 50% da população, a inserção em todos os setores da economia.

De acordo com o representante do Ennahd, o partido também vai respeitar seus compromissos internacionais. A Tunísia possui um acordo de livre comércio com a União Europeia e é signatária da convenção da ONU contra discriminação contra a mulher. O número de cadeiras que será reservado ao partido na assembleia constituinte deve ser anunciado amanhã. Os parlamentares serão encarregados de redigir a nova Constituição do país.

Chária na Líbia

O chanceler francês Alain Juppé declarou nesta segunda-feira que será '"vigilante" em relação aos valores democráticos na Líbia. O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), Moustapha Abdeljalil, declarou neste domingo que aplicaria a charia, lei islâmica, no país. Sendo assim, a lei que proíbe a poligamia não teria, segundo ele, mais ‘nenhum valor.’

O representante líbio explicou, nesta segunda-feira, que se tratava apenas "de um exemplo", e nenhuma lei sofreria modificação. Para Juppé, "este é um problema para a dignidade da mulher" acrescentando que "a Primavera Árabe traz esperança mais também traz riscos." Em Bruxelas, Maja Kocijancic, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, também reagiu, dizendo que "a política na Líbia deve se apoiar no respeito dos direitos humanos e princípios democráticos."

 

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