Tunísia vive as primeiras eleições livres da história do país
Nove meses após a revolução que resultou na queda do presidente Ben Ali, milhares de tunisianos foram às urnas neste domingo para eleger a Assembleia Constituinte do país. O pleito, que ocorre após 23 anos de censura política, contou com uma taxa de participação de cerca de 70% da população.
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Mais de sete milhões de tunisianos foram convocados para eleger os 217 membros da Assembleia que vai redigir a nova Constituição do país. Essa foi a primeira vez na história da Tunísia que o povo participou de um voto livre e pluralista. O ritual democrático havia sido praticamente abandonado logo após a independência, durante a presidência autoritária de Habib Bourguiba, no final dos anos 1950, antes de se tornar uma formalidade sem muito valor no governo de seu sucessor, Zine El-Abidine Ben Ali, que ficou no poder até a queda de seu regime este ano.
Segundo a comissão eleitoral independente, cerca de 70% dos eleitores compareceram às urnas e o pleito foi realizado sem tumulto, apesar das enormes filas diante das zonas eleitorais. No final da tarde, os observadores internacionais que acompanharam o processo não haviam registrado nenhuma irregularidade importante. Os resultados definitivos devem ser divulgados na terça-feira.
O sucesso ou não das eleições tunisianas será simbólico na região, já que o país foi o primeiro a lançar o movimento de contestação contra o poder que passou a ser chamado de Primavera Árabe. Consciente da importância do pleito, a comunidade internacional parabenizou as autoridades locais pela organização do escrutinho.
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