Comícios marcam último dia da campanha para Constituinte na Tunísia
Sete milhões de eleitores tunisianos foram convocados para eleger, no domingo, uma Assembleia Constituinte de 217 membros. No exterior, a votação começou na quinta-feira e vai até sábado. O país na vanguarda da Primavera Árabe enfrenta seu primeiro desafio democrático após 23 anos de censura política durante o regime de Ben Ali.
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A principal tarefa da futura Assembleia será elaborar uma nova Constituição, a terceira na história da Tunísia, e eleger um presidente provisório, encarregado de nomear o primeiro-ministro de um governo de transição, que ficará no poder até a realização de eleições gerais.
Com a fuga de Ben Ali em janeiro, após 23 anos de ditadura, os tunisianos vivem uma espécie de efervecência eleitoral. Um dos fatos marcantes dessa votação é o número recorde de candidatos independentes. Para dar espaço aos pequenos partidos e garantir uma ampla representatividade da sociedade civil no processo, as autoridades adotaram o modo de eleição proporcional. Mais de cem partidos concorrem à Assembleia Constituinte com cerca de 1.500 listas eleitorais.
O favorito nas sondagens, com 25% de intenções de voto, é o partido islamita Ennahda, o partido da "renascença", duramente reprimido durante o regime de Ben Ali. Depois de evocar o risco de fraudes, os líderes do Ennahda disseram que vão aceitar o resultado das eleições livres e transparentes.
Durante a campanha para driblar a imagem de partido radical ou retrógrado, o Ennahda se apresentou como uma força política moderada, e propôs um governo de alianças e união nacional. No campo não islamita concorrem o Partido Democrata Progressista, o PDP, de centro-esquerda, o Polo Democrata Modernista, que reúne cinco pequenos partidos em torno de um projeto laico, e os herdeiros declarados de Ben Ali.
A campanha termina hoje com uma maratona de comícios.
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