Literatura brasileira não é só Jorge Amado, defende editora francesa
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Ouvir - 06:30
A editora e tradutora francesa Paula Anacaona, especializada em literatura brasileira, acaba de lançar uma coleção de livros infanto-juvenis. Em entrevista no RFI Convida, ela falou sobre seu trabalho de divulgação de autores “marginais”, que saem dos clichês impostos por grandes nomes, como Jorge Amado.
Os Livros de Sayuri, de Lucia Hiratsuka, e O livreiro do Alemão, de Otávio Júnior, são os dois primeiros títulos infanto-juvenis da coleção Junior da Anacaona. Criada em 2009, a editora começou publicando obras que falavam de Rio de Janeiro e São Paulo. Mas logo se deu conta de que não queria reproduzir os clichês pois, para muitos franceses, “a única coisa que se conhece do Brasil é a favela”, ressalta Paula, que chegou a publicar coletâneas sobre a temática dos bairros periféricos ou do futebol.
“Jorge Amado é um grande autor, mas às vezes eu penso que ele fez um pouco mal para a literatura brasileira, porque ele impôs uma literatura” que, para os franceses, é a única do Brasil, comenta a editora. Ela insiste na importância de se “educar o leitor” para que ele conheça outros estilos e realidades do país, com autores como Conceição Evaristo, Ana Paula Maia ou ainda Rodrigo Ciriaco, que tiveram suas obras traduzidas e publicadas nas coleções Terra, que mostra visões regionais, Época, que propõe produção contemporânea, ou Urbana, que se concentra nas periferias urbanas.
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