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Linha Direta

Netanyahu e oposição podem formar um governo de união nacional

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Contrariando as previsões das pesquisas, o Likud, partido de direita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conquistou uma ampla vitória nas eleições legislativas em Israel. Apesar da derrota dos trabalhistas da União Sionista, liderada por Yitzhak Herzog e a ex-ministra Tzipi Livni, analistas não excluem que Netanyahu e Herzog concordem em formar um governo de união nacional que seja estável e amplo, o que é, inclusive, o desejo do presidente de Israel, Reuven Rivlin.

Outdoor com os candidatos, Benjamin Netanyahu (direita) e Isaac Herzog, líder da União Sionista (centro-esquerda).
Outdoor com os candidatos, Benjamin Netanyahu (direita) e Isaac Herzog, líder da União Sionista (centro-esquerda). REUTERS/Baz Ratner
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Israel

Rivlin será o responsável, pela tradição política do país, em apontar quem vai formar o próximo governo e ele já disse que vai priorizar a união nacional. Netanyahu e Herzog poderiam atuar juntos em assuntos socioeconômicos, como lutar contra a alta do custo de vida e concordar em discordar em temas de segurança nacional, como a construção de assentamentos em territórios palestinos.

Mas Netanyahu pode optar por não procurar o apoio de Herzog e formar um governo só de direita e com partidos ultraortodoxos. Nesse caso, ele teria que lidar com a pressão internacional depois que prometeu a eleitores de extrema-direita que lutará contra a criação de um Estado palestino.

Herzog, líder da União Sionista – que reúne o Partido Trabalhista e o partido O Movimento – não admitiu derrota, a princípio. Ele acreditou que o cenário poderia mudar a seu favor e começou a telefonar para possíveis aliados, pensando em como poderia formar uma coalizão com 61 cadeiras.

Surpresa nos resultados

Contrariando as últimas pesquisas de opinião, o partido de direita Likud, conquistou 30 das 120 cadeiras do Knesset, o parlamento israelense, cinco a mais do que a legenda de Herzog, apontada como vitoriosa nas ultimas sondagens. Os resultados enfatizam a divisão interna do país e dão o pontapé inicial para as negociações sobre a formação de uma coalizão de governo. Netanyahu precisa reunir 61 cadeiras para governar.

As últimas pesquisas eleitorais divulgadas na sexta-feira (13) davam ao Likud entre 21 e 22 cadeiras, quatro a menos do que a União Sionista, que ficava com 25 ou 26. Em quatro dias, no entanto, Netanyahu realizou uma “blitz midiática”, dando entrevistas e fazendo aparições em todos os canais de TV e rádio, além de jornais impressos e internet.

Além disso, o premiê israelense selou sua campanha com mais um apelo à extrema-direita, com afirmações polêmicas como a de que não iria, se reeleito, aceitar a criação de um Estado palestino. Ontem, ele declarou que havia o perigo de que a minoria árabe-israelense fosse em massa às urnas para votar na esquerda.

Desta forma, ele conquistou eleitores que votariam nos partidos de extrema-direita Casa Judaica, que caiu de 12 para 8 cadeiras, e do Israel Nossa Casa, que despencou de 13 para 5. Às custas deles, o Likud conseguiu crescer nas urnas.

Árabes são terceira maior força política

A grande surpresa dessas eleições foi a Lista Árabe Unida, união dos quatro partidos árabes do país, que se tornou a terceira maior força política do país. A legenda recebeu nada menos do que 14 cadeiras. Nas eleições de 2013, os quatro partidos conseguiram, separados, apenas 11. O partido se beneficiou do alto percentual de comparecimento às urnas: 71,8%, o maior desde a década de 90.

Outra surpresa foi o recém-criado partido Kulanu (Todos Nós, em português), com 9 a 10 cadeiras, que enfatiza em assuntos socioeconômicos e deve levar seu líder, Moshe Kahlon, a se tornar o próximo ministro das Finanças.

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