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Imprensa

França quer lutar contra teses de complô que seduzem jovens

A luta do governo francês contra a proliferação das teses conspiratórias surgidas após os atentados de janeiro  que deixaram 17 mortos é a manchete do jornal Le Figaro desta terça-feira (3). As autoridades revelam uma preocupação crescente com as teses de complô que invadiram as escolas e seduzem os estudantes.

Capa do jornal francês Le Figaro desta terça-feira, 3 de março de 2015.
Capa do jornal francês Le Figaro desta terça-feira, 3 de março de 2015.
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Depois dos atentados contra o jornal Charlie Hebdo e contra um supermercado judaico, muitos jovens se sentiram seduzidos por teorias conspiratórias, afirma o diário conservador. Essas teses são divulgadas em grande velocidade pelas redes sociais e propagam informações falsas.

Na lista das teses conspiratórias mais absurdas identificadas pelo Le Figaro estão a informação de que a execução do policial no meio da rua durante a fuga dos irmãos Kouachi teria sido uma "grande armação". Os dois terroristas que invadiram a redação do Charlie Hebdo seriam agentes do serviço secreto francês. O ataque teria sido planejado pelo serviço secreto israelense, o Mossad.

Outra tese absurda que ainda circula sobre os atentados que abalaram a França em janeiro garante que o terrorista Amédy Coulibaly, que invadiu e matou quatro pessoas em um supermercado judaico, teria saído algemado do local.

Le Figaro elenca outras teorias conspiratórias famosas como a que questionam a veracidade do atentado contra o Pentágono, em 2001. Baseados em imagens, os fãs da tese de complô acreditam que pelo tamanho do avião e os poucos estragos registrados, o ataque "não seria possível".

A presença do homem na Lua também deu origens a teses infundadas, segundo o diário. Os fãs das teses de complô sustentam que a exploração americana é uma grande invenção porque não são vistas estrelas no céu lunar.

Jovens descrentes

Um pesquisador ouvido pelo jornal diz que o maior problema da expansão das teses conspiratórias, que ganham força com as redes sociais, vêm de um ceticismo exacerbado, de uma espécie de "hipercrítica", da qual os jovens são bastante sensíveis. Eles são seduzidos por versões que contradizem o "discurso oficial", as informações veiculadas pela imprensa e até pelols familiares. "Eles desconfiam de tudo, menos de suas próprias certezas", escreve o jornal.

Segundo Le Figaro, para lutar contra esse fenômeno, o ministério francês da Educação elaborou um plano de ação para ampliar a percepção dos alunos sobre informação e a imprensa. Um das ideias da ministra Najat Vallaud-Belkacem é instaurar uma mídia em cada escola, seja um jornal, rádio ou uma plataforma digital.

A proposta não entusiasma os professores, que consideram a semana da imprensa nas escolas suficiente para sensibilizar os alunos. Este ano, a semana será certamente dedicada à liberdade de expressão, mas depois do evento, o que acontecerá depois?, questiona o jornal.

 

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