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Capa do Charlie Hebdo mostra "inteligência política", diz jornal

A volta do jornal Charlie Hebdo às bancas, as medidas excepcionais de combate ao terrorismo anunciadas pelo governo e a comovente homenagem aos policiais mortos nos atentados da semana passada ilustram as manchetes da imprensa francesa desta quarta-feira (14).

Banca de jornal em Paris oinformando ce mercredi matin malgré un premier tirage de 3 millions d'exemplaires
Banca de jornal em Paris oinformando ce mercredi matin malgré un premier tirage de 3 millions d'exemplaires AFP/Pascal Guyot
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O jornal Libération, que acolhe temporariamente a redação do Charlie Hebdo, traz uma capa que pode ser interpretada como uma ironia e um alívio. "Eu estou nas bancas", foi a manchete escolhida pelo diário para celebrar a edição histórica. Seguindo sua tradição de fazer trocadilhos em seus títulos e manchetes, o Libé adapta assim a frase que se tornou mote da campanha pela liberdade de expressão.

"Uma semana depois do ataque, Charlie Hebdo publica hoje um número excepcional", escreve Libération em meio a dezenas de reproduções em miniatura da capa do Charlie Hebdo que traz a caricatura do profeta Maomé com a famosa frase "Eu sou Charlie".

Em editorial, o jornal afirma que a capa do Charlie Hebdo é de uma grande inteligência política. "Todo mundo esperava uma provocação, outras achavam que seria algo mais sóbrio. Nada disso. O profeta Maomé está presente, mas com um papel positivo e com um ar de ternura", afirma Libé.

França em guerra

O discurso do primeiro-ministro Manuel Valls na tribuna da Assembleia francesa foi o grande destaque do Le Figaro. Uma de suas frases de efeito ganhou a manchete do jornal conservador: "A França está em guerra contra o islamismo radical". Na terça-feira (13), diante dos deputados que o aplaudiram de pé, o chefe de governo fez uma homenagem em memória às vítimas dos atentados e anunciou novas medidas para lutar contra a ameaça terorista.

Sempre crítico ao governo socialista, o jornal conservador desta vez afirmou que o premiê Valls pronunciou ontem um "desses discursos que fazem todos admirar a política". Suas palavras foram interrompidas por salvas de palmas tanto de deputados da base governista como os de oposição. "Esse espetáculo de união foi impressionante", diz o editorial do Le Figaro.

Durante 40 minutos, a verdade foi dita e o inimigo nomeado: "Sim, a França está em guerra contra o terrorismo, o jihadismo e o islamimso radical", repetiu Le Figaro citando a frase completa de Manuel Valls. Segundo o jornal, o presidente francês François Hollande também soube encontrar as palavras certas na cerimônia de homenagem aos policiais mortos nos ataques.

Franceses retomam orgulhoso pelo país

"Homenagem e orgulho", foi o título escolhido para resumir a cerimônia de ontem na sede da polícia de Paris aos três policiais mortos nos atentados. Depois do luto, os franceses estão se sentindo novamente orgulhosos de seu país, de acordo com o Aujourd'hui en France.

Nove em cada dez franceses dizem isso, segundo uma sondagem. Na terça-feira, escreve o jornal, a emoção foi forte em diferentes momentos: na homenagem aos policiais, mas também quando todos os deputados cantaram de pé "A Marselhesa", o hino nacional francês.

Em outra reportagem, Aujourd'hui en France traz uma pesquisa revelando que a ação do governo está sendo aprovada: 79% dos franceses dizem que o comportamente do presidente Hollande está à altura dos acontecimentos, mesmo índice de aprovação do primeiro-ministro, Manuel Valls. E 85% dos entrevistados também dizem que o chefe de Estado "representou dignamente a França" durante esse período difícil para o país.

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