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Fato em Foco

Dez anos após a morte de Arafat, palestinos ainda esperam líder forte, diz especialista

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Essa terça-feira (11) marca os dez anos da morte de Yasser Arafat, fundador do Fatah e primeiro presidente da Organização para a Libertação da Palestina. O aniversário é lembrado em um momento de aumento de tensões na região, principalmente após os atentados recentes na Esplanada das Mesquitas. Para o vice-presidente do Instituto de Cultura Árabe (Icarabe), José Farhat, a falta de um líder carismático desde o desaparecimento de Arafat seria uma das razões do impasse nas negociações entre palestinos e israelenses.

Yasser Arafat morreu no dia 11 de novembro de 2004 em Paris.
Yasser Arafat morreu no dia 11 de novembro de 2004 em Paris. REUTERS/Suhaib Salem/Files
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A morte de Arafat em um hospital militar de Paris ainda é fonte de investigações e várias teorias, inclusive com a hipótese de envenenamento lançada pela viúva do líder palestino. Mas além da polêmica sobre as causas do episódio, seu desaparecimento também coincide com uma ruptura nos grupos políticos palestinos, que continua dez anos depois. Esse divisão é marcada principalmente pelas duas visões do combate pelo reconhecimento da Palestina. De um lado, o Fatah movimento político e laico fundado por Arafat, e que mantém o poder parcial na Cisjordânia e, do outro, o Hamas, grupo religioso considerado por Israel como uma entidade terrorista, mas que ganhou legitimidade política ao vencer as eleições legislativas de 2006, e reforçou sua presença na Faixa de Gaza.

Para alguns analistas, essa divisão se deve em partes à falta de um líder capaz de reunir as diferentes visões e, ao mesmo tempo, negociar diante da comunidade internacional. Durante muito tempo, esse papel foi assumido por Arafat, “um símbolo da luta pela Palestina”, como explica José Farhat, cientista político e vice-presidente do Instituto de Cultura Árabe do Brasil. “Ele era carismático, um líder por excelência”, comenta o analista, que conheceu o fundador do Fatah e o compara aos novos representantes dos palestinos. “Mahmoud Abbas é fraco e não cativa. Além disso, acha-se que ele está vendido, não para Israel, mas para os Estados Unidos, e que quer agradar. Mesmo se às vezes ele tem uns arroubos, não é um Yasser Arafat, que lutou dia e noite. E um líder com essas características faz falta”, afirma Farhat.

O cientista político também aponta a falta uma postura firme das lideranças palestinas diante das tensões recentes na Esplanada das Mesquitas. “É possível recorrer nas Nações Unidas e no Conselho de Segurança, mas não vi nenhuma reação. Eles não tiveram uma liderança”, conclui Farhat.
 

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