A Colômbia nunca havia chegado tão longe em uma Copa do Mundo, e está se apresentando como umas das revelações neste Mundial. A atmosfera de celebração está por todo o país, que vive um momento de otimismo que vai bem além do futebol.
Mariana Diana, correspondente da RFI Brasil em Bogotá
Os colombianos estão ansiosos para o jogo histórico contra Brasil, que acontecerá na sexta-feira (4) no estádio Castelão, em Fortaleza. Em Bogotá, a população já se sente vitoriosa, mesmo que ainda não saiba qual será o resultado do jogo. A Colômbia não participava de uma Copa do Mundo desde 1998. Além disso, nunca havia chegado a quartas de final, ainda mais com um time tão admirado como o do Brasil.
A história do futebol nacional sempre esteve relacionada com a violência no país. A imprensa colombiana relembra os 20 anos da morte do jogador Andrés Escobar. Na Copa de 1994, ele fez um gol contra e foi assassinado dias depois.
Mas agora, os colombianos estão com outro sentimento. Eles recuperam uma autoestima patriótica frente a outros países. Alguns meios de comunicação ao redor do mundo continuam fazendo piadas relacionando a Colômbia ao narcotráfico, mas os colombianos cada vez mais acreditam que esse estereótipo faz parte do passado.
Todo o otimismo também se soma ao atual momento dos diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em Havana, a tentativa de acordo de paz que mais deu certo até o momento. A Copa do Mundo se tornou um símbolo da união.
Com o Mundial, a Colômbia vive uma atmosfera de constante celebração. Em Bogotá, por exemplo, foram distribuídos telões pela cidade, onde a população se junta para torcer e comemorar.
Depois dos jogos, muitos colombianos vão festejar na Praça de Bolívar, no centro, onde estão o Palácio da Justiça e a casa de Nariño. Neste local tão representativo da capital, a população celebra em clima de carnaval, como qualquer povo latino.
Violência e lei seca
As celebrações, no entanto, também resultaram em incidentes tristes. Até o momento, já houve mais de 20 mortes e muitos feridos depois das vitórias que a Colômbia conquistou.
Para tentar controlar a situação, o governo colombiano impõe certas restrições nos dias de jogos. Na próxima partida contra o Brasil, a prefeitura de Bogotá decretou a proibição de compra, venda e consumo de bebidas alcoólicas das 10h às 22h.
Também será proibida a compra e venda de farinha e sprays de espuma, que eram usados nas celebrações. As substâncias já foram motivo de muitas brigas e discussões e também podem causar acidentes e danos para a saúde dos torcedores.
Outra medida foi proibir a circulação de carros com placas terminadas em número par, para evitar acidentes e congestionamentos. Já em cidades como Cartagena, a prefeitura não decretou lei seca, mas proibirá a utilização de motos durante todo o dia para evitar fatalidades.
Atuação
Muitos dizem que a seleção colombiana atual é a melhor que já participou de um Mundial. A ótima atuação da equipe no campo é a principal notícia nos jornais e revistas do país. A revista Semana, por exemplo, disse que a seleção colombiana tem sabor de vitória. E para o jornal El Tiempo, a equipe agora é vista com respeito e está rompendo paradigmas nesta Copa.
Mas quem mais está chamando a atenção é o meio-campo revelação James Rodriguez. Com apenas 22 anos, foi eleito pela Fifa como o melhor jogador da Copa nas oitavas de final, ao marcar 5 gols em 4 partidas, à frente de grandes nomes como Neymar e Messi.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro