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Brasil/Copa

Seleção se reapresenta pensando na Colômbia e na recuperação de Neymar

A seleção brasileira voltou a se reunir nesta segunda-feira (30) na Granja Comary, em Teresópolis, para se preparar para enfrentar a Colômbia, um adversário que tem "qualidades ofensivas que preocupam", segundo o volante Fernandinho. As atividades físicas seguiram a programação normal após os jogos, com titulares e reservas treinando separadamente. Neymar voltou com dores na coxa e no joelho, segue em tratamento, mas não deverá desfalcar a equipe.

Torcedores recepcionam chegada de jogadores a Teresópolis nesta segunda-feira, 30 de junho.
Torcedores recepcionam chegada de jogadores a Teresópolis nesta segunda-feira, 30 de junho. Foto: Reuters
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Elcio Ramalho, enviado especial da RFI à Teresópolis,

Dos titulares que entraram em campo contra o Chile, apenas o goleiro Júlio César pisou no gramado da Granja Comary para treinar com os goleiros reservas. Enquanto isso, os jogadores que não iniciaram a partida contra os chilenos fizeram exercícios físicos e, em boa parte do tempo, em meio a uma forte neblina.

Os outros 10 titulares fizeram um trabalho regenerativo na piscina que parece ter ajudado a aliviar as dores de vários jogadores que, além do cansaço, foram alvos de muitas jogadas violentas dos chilenos. Neymar deixou o Mineirão no sábado reclamando de dores na coxa e no joelho devido a entradas duras dos adversários.

Na chegada da equipe no início da tarde a Teresópolis, o atacante pareceu estar mancando ao deixar o ônibus e se dirigir para a concentração. Mas no final da tarde, a informação divulgada pela CBF era de que o camisa 10 estava se sentindo muito melhor, mas continuará em tratamento.

Neymar recebeu uma pancada forte no joelho direito que está mais dolorido do que a coxa esquerda, também atingida durante o jogo. Segundo o departamento médico, o atacante será poupado dos treinamentos se for necessário, mas sua presença está garantida contra a Colômbia.

No caso de David Luiz, as dores nas costas já melhoraram no jogo contra o Chile e ele segue em tratamento médico assim como Oscar, que sofreu de uma lesão leve na coxa.

Mudanças

Além da recuperação desses titulares, o treinador Scolari terá ainda uma outra dor de cabeça: encontrar um substituto para Luiz Gustavo que ficará de fora da partida contra a Colômbia por ter recebido seu segundo cartão amarelo. As primeiras pistas do que passa pela cabeça do treinador poderão vir do treino marcado para esta quarta-feira à tarde com a presença prevista de todos os 23 jogadores.

O treinador Felipão acompanha o treino dos reservas da seleção.
O treinador Felipão acompanha o treino dos reservas da seleção. Foto: Reuters

Outra preocupação do treinador será em relação ao comportamento dos jogadores da seleção que deverão ser mais "agressivos". A classificação dramática contra o Chile, marcada pela violência contra os jogadores no gramado e incidentes nos bastidores que resultaram na suspensão do diretor de comunicação da CBF, devem provocar mudanças de postura da seleção. Luiz Felipe Scolari anunciou que chegou a hora de acabar com o lado "gentil" da equipe e anunciou a volta de seu estilo, muito mais combativo e duro.

Para o treinador, o Brasil vem sendo vítima de uma pressão dentro e fora de campo, como as suspeitas lançadas por adversários de que a programação dos jogos e a arbitragem estavam favorecendo o anfitrião da Copa. As faltas violentas nos jogadores brasileiros pelos adversários também foram motivos de insatisfação do treinador.

Equilíbrio emocional

A postura mais combativa não deve, no entanto, provocar mudanças no comportamento psicológico dos jogadores que mostraram atitudes que deram margem à preocupações sobre o equilíbrio emocional.

As imagens de jogadores como Neymar chorando durante o hino nacional, e principalmente de alguns atletas antes da cobrança de pênaltis contra o Chile geraram questionamentos sobre a maturidade do grupo. Júlio César derrubou lágrimas antes das cobranças de pênaltis e o capitão Thiago Silva apareceu sozinho e isolado no momento dos pênaltis, e confessou ter pedido para ser o último a cobrar.

Os sinais que deram margem a interpretações de fraqueza foram defendidos por Fernandinho, escalado para conversar nesta segunda-feira com a imprensa. Segundo ele, cada jogador expressa suas emoções de um jeito e descartou que o grupo precise reforçar o aspecto psicológico. O trabalho feito desde a chegada do grupo a Teresópolis, no final de maio, já foi suficiente, na avaliação do jogador.

"Tivemos boas conversas com psicólogos. E a hora não é de trabalhar mais a parte emocional. Todo mundo sabe o que tem que fazer e é em campo que a gente tem que mostrar o que fazer", declarou."Estamos tranquilos em relação a parte emocional. Não adianta dar ênfase para isso e esquecer que temos um jogo importante que pode nos dar a classificação", insistiu.

O volante Fernandinho durante entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O volante Fernandinho durante entrevista coletiva nesta segunda-feira. Foto: Reuters

Com a suspensão de Luiz Gustavo, Fernandinho disse estar pronto para exercer uma eventual função de primeiro volante, posição para a qual foi convocado.

"Venho jogando assim na Inglatera, para mim não é segredo nenhum e não é problema. O importante é encontrar um equilíbrio para o time estar bem e controlar o meio de campo da Colômbia", avisou.

Segundo Fernandinho, os colombianos, adversários das quartas de final do Brasil na sexta-feira, é um time veloz e perigoso. “Os dois laterais apoiam ao mesmo tempo e eles chegam com muitos jogadores para atacar. Nós temos que tomar cuidado e ter atenção principalmente com James Rodríguez e Cuadrado que são os dois principais criadores do ataque", analisou.

Suspensão do diretor de comunicação da CBF

Outro assunto que agitou a seleção brasileira nesta segunda-feora foi o anúncio feito pela Fifa da suspensão de uma partida do diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, devido a uma agressão contra o jogador chileno Pinilla. A decisão foi tomada baseada no relatório do quarto árbitro da partida sobre incidentes envolvendo brasileiros e chilenos na hora do intervalo da partida em Belo Horizonte.

As hostilidades aconteceram após um lance com o atacante Fred e um adversário ainda no gramado. Paiva disse ter revidado um empurrão recebido do jogador chileno Pinilla e que no momento havia uma confusão generalizada.

Com a suspensão, Rodrigo Paiva pode ir ao estádio, mas sem frequentar áreas de competição como o banco de reservas ou vestiários. A Fifa informou que o caso está sendo analisado e não descarta uma punição mais severa depois das conclusões da investigação. Em nota no site da CBF, o Diretor de Comunicação anunciou que vai acatar a decisão da entidade.

“Respeito, como sempre respeitei, as decisões da FIFA. O caso está sendo investigado pelo Comitê Disciplinar da entidade, e o mesmo já tem à sua disposição provas da conduta reprovável por parte de membros da delegação chilena e que trarão luz à verdade dos fatos”, escreveu Paiva na nota de esclarecimento.

A CBF deverá entregar à Fifa nesta terça-feira imagens do incidente como parte dos argumentos de defesa de seu Diretor de Comunicação.
 

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