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Ucrânia/protestos

Kerry apoia oposição ucraniana, que teme intervenção do exército

O secretário de Estado americano, John Kerry, expressou neste sábado (1°), o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia à oposição ucraniana, às margens da Conferência de Munique sobre Segurança. Em Kiev, o partido da opositora Yulia Timochenko alega que o governo de Viktor Yanukovitch está preparando a instauração do estado de emergência e teme a intervenção do exército para acabar com as manifestações que duram dois meses.

Polícia diante de barricada de manifestantes em Kiev (31/01/14).
Polícia diante de barricada de manifestantes em Kiev (31/01/14). REUTERS/Gleb Garanich
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“Os Estados Unidos e a União Europeia estão do lado do povo ucraniano nesse combate”, declarou Kerry, que se encontrou com os principais líderes da oposição ucraniana, Vitali Klitschko e Arseni Iatseniouk. Os dois opositores também tiveram reuniões separadas com o chanceler francês, Laurent Fabius, e com o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier.

“Temos que evitar uma guerra civil”, disse o ex-boxeador Vitali Klitschko, após encontro com o chanceler alemão. Em uma clara alusão à Rússia, Kerry afirmou que os ucranianos “sabem que o seu futuro não depende de um só país e muito menos sob pressão”.

Por sua vez, a Rússia ironizou esses encontros. “É circo”, escreveu no twitter o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozine. O chanceler Serguei Lavrov questionou: “como é que incentivar as manifestações nas ruas, cada vez mais violentas, pode promover a democracia?”.

Exigências

Os militares ucranianos afirmaram que não pretendiam interferir na crise, mas na sexta-feira exigiram do presidente Yanukovitch a adoção de medidas urgentes para "estabilizar a situação no país", por considerarem que a integridade territorial está ameaçada. Yanukovitch está afastado do gabinete por uma licença médica desde sexta-feira.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, anunciou que visitará Kiev novamente na próxima semana para tentar ajudar a resolver o conflito, que deixou pelo menos quatro mortos e mais de 500 feridos.

Yanukovitch fez várias concessões, como aceitar a demissão do gabinete, abolir um pacote de leis que restringiam a liberdade de manifestação e votar uma anistia para os manifestantes detidos, mas os opositores rejeitaram a condição imposta: abandonar os prédios e ruas ocupadas em um prazo de 15 dias.

O movimento de protesto começou em novembro, depois da decisão repentina do presidente Viktor Yanukovitch de desistir de assinar um acordo de associação com a UE, negociado durante meses. Ele optou por uma aproximação da Rússia, que concedeu um crédito de 15 bilhões de dólares e uma redução do preço do gás.
 

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