Afastamento de Cristina Kirchner não deve alterar resultado das legislativas argentinas

A presidente Cristina Kirchner, de 60 anos de idade, continua em observação na Unidade de Terapia Intensiva depois da cirurgia à qual foi submetida nesta terça-feira, 8 de outubro de 2013, para evacuar um hematoma na região do crânio. Neste programa nosso correspondente em Buenos Aires, Márcio Resende, fala sobre as repercussões políticas do estado de saúde da presidente argentina.

Simpatizantes da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, passaram a noite na frente do hospital onde ela está internada. REUTERS/Marcos Brindicci

"Todas as informações são tratadas com um hermetismo total. Ao confundir questão de Estado com segredo de Estado, o governo gera todo tipo de especulação política. Sabe-se que a presidente deve passar cinco ou seis dias em Terapia Intensiva antes de receber alta e que o repouso deve durar 30 dias", relata o correspondente da RFI na capital argentina.

Ele lembra que o afastamento de Cristina Kirchner acontece a 18 dias das eleições legislativas que vão renovar parcialmente o Congresso e definir o apoio ao governo pelos próximos dois anos de mandato.

"As pesquisas indicam que a base governista vai sofrer uma dura derrota. Os analistas políticos oscilam entre achar que não haverá impacto no resultado das eleições e achar que pode favorecer levemente os candidatos do governo, mas não o suficiente para alterar o resultado", explica Márcio Resende.

"O estado convalescente de Cristina Kirchner poderia trazer algum benefício político. Em primeiro lugar, pode suscitar a compaixão dos eleitores. Em segundo lugar, mesmo que o governo sofra uma dura derrota, a imagem de Cristina pode ficar menos exposta e a presidente ainda pode se dar ao luxo de não precisar aparecer em público para explicar a derrota", analisa o jornalista.

Já a oposição, segundo ele, deve alterar a estratégia de fazer campanha centralizando os ataques na figura presidencial.

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