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Vaticano/Reforma

Papa Francisco inicia discussões para reformar Igreja Católica

O Papa Francisco se reúne a partir desta terça-feira no Vaticano com um Conselho de Cardeais para discutir grandes reformas na Igreja, entre elas na Cúria Romana. Antes da abertura do encontro, o Sumo Pontífice concedeu uma entrevista a um jornal italiano onde criticou os excessos de líderes religiosos.

O papa Francisco,durante uma missa na Praça São Pedro, no Vaticano.
O papa Francisco,durante uma missa na Praça São Pedro, no Vaticano. REUTERS/Tony Gentile
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Trata-se de mais uma inovação do Papa Francisco. Durante dois dias e meio, o Sumo Pontífice ficará concentrado no Vaticano com um grupo restrito de 8 cardeais nomeados por ele em abril passado. Francisco não quis a presença de um secretário de estado e sim de cardeais com experiência de arcebispos em uma grande cidade. E eles vêm de todas as regiões do mundo: das Américas Latina e do Norte, da Ásia, da África, da Oceania e da Europa. A única excessão é o núncio italiano Giuseppe Bertello.

Outra novidade é que Francisco instituiu esse Conselho de Cardeias de maneira permanente para ajudá-lo a repensar a governança da Igreja Católica. Neste primeiro encontro, que vai durar até quinta-feira, não devem ser feitos anúncios mas uma verdadeira triagem das propostas de reformas. A mais aguardada é na poderosa Cúria Romana.

Na mesa, serão debatidas ideias como a redução dos doze conselhos pontificais e a criação de uma nova congregação dos laicos. Em estudo também a abertura de um sínodo permanente da Igreja para associar o trabalho dos bispos do mundo inteiro com as grandes decisões do papa.

"Narcisistas"

Em entrevista cencedida nesta terça-feira ao jornal italiano La Repubblica, o papa disse que "líderes da Igreja sempre foram narcisistas e bajulados "negativamente" pelos subordinados". O Sumo Pontífice afirmou ainda que a Igreja se tornou muito "vaticano-cêntrica".

Francisco disse ainda que os piores males do mundo atualmente são o isolamente no qual foram relegadas pessoas idosas e o desemprego entre os jovens. O "liberalismo selvagem" deixa os "fortes mais fortes, os fracos mais fracos e os excluídos mais excluídos", afirmou.  A entrevista foi concedida ao fundador do jornal Eugenio Scalfari que havia escrito ao papa uma carta com motivos para não acreditar em Deus.

O papa Francisco tem se mostrado cada vez mais aberto e multiplicado suas declarações como a entrevista coletiva improvisada no avião que o levou ao Rio de Janeiro, sua conversa com a revista jesuíta Civilta Cattolica e agora esse encontrou com o fundador ateu do La Repubblica. No interior da Igreja, muitos estimam que o Papa argentino fala demais, ignorando o lado reservado respeitado por Bento 16 e que deve ser observado por um papa.

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