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Japão/ Fukushima

Apesar dos riscos, surfistas não desistem de praia próxima de Fukushima

O risco de contaminação radioativa em Fukushima não afeta somente a população local, mas também frustra surfistas que frequentam a praia de Toyoma, a 50 quilômetros da central nuclear acidentada. O local, popular pela areia branca e as ondas, ainda recebe praticantes do esporte, mas as preocupações aumentaram desde que os vazamentos de água contaminada da central se multiplicaram, nas últimas semanas.

Surfista se prepara para enfrentar as ondas de Toyama, no Japão, a apenas 50km da central de Fukushima.
Surfista se prepara para enfrentar as ondas de Toyama, no Japão, a apenas 50km da central de Fukushima. Reprodução Youtube
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Na semana passada, a companhia Tepco, que gerencia a central danificada em 2011, reconheceu que uma parte da água altamente radioativa que escapou dos reservatórios em Fukushima poderia se espalhar pelo oceano Pacífico. A empresa também admitiu que, diariamente, 300 toneladas de água subterrânea contaminada estão vazando para o mar.

Apesar das notícias, cerca de 30 surfistas chegam cedo na praia para aproveitar as ondas. “Devem nos achar doidos, mas o importante, para nós, são as ondas”, brincou Yuichiro Kobayashi, surfista há mais de 30 anos, à agência AFP. Militante de uma associação de preservação do litoral, Kobayashi recolhe diariamente amostras de água do mar e areia de Toyoma para análises na Escola Técnica Superior de Fukushima. A água está limpa, garante o órgão.

De acordo com os padrões japoneses, a água própria para o banho tem até 10 becquerels (unidade de medida para radioatividade) de césio por litro. Conforme as últimas análises, a água de Toyoma está com 6,22 becquerels.

A praia foi proibida para os visitantes durante um ano, após o acidente nuclear de 2011, quando um terremoto de magnitude 9, seguido de tsunami, atingiu a central nuclear de Fukushima. Ainda hoje, há resquícios da onda que devastou a praia há mais de dois anos, como restos de casas destruídas. Uma placa pede aos moradores não se divertirem no local, em respeito aos mortos na tragédia.

Desde março do ano passado, quando a frequentação foi liberada, os surfistas retornam pouco a pouco ao local, que já foi sede de competições internacionais. Após o acidente, Toyoma saiu da rota de campeonatos, causando prejuízos ao comércio local. As lojas de produtos de surf alegam que as receitas caíram pelo menos à metade.
 

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