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Japão/Nuclear

Reservatório vaza 300 toneladas de água radioativa em Fukushima

Um reservatório vazou 300 toneladas de água radioativa, que se espalhou em poças na usina nuclear japonesa de Fukushima, atingida por um violento terremoto seguido de um tsunami no dia 11 de março de 2011. A Tepco, empresa que administra a central, tenta bombear o líquido para evitar uma contaminação ainda maior do local.

Vista aérea da usina nuclear da Tepco em Fukushima, em foto do dia 11 de março de 2013.
Vista aérea da usina nuclear da Tepco em Fukushima, em foto do dia 11 de março de 2013. REUTERS/Kyodo/Files
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A radioatividade medida 50 centímetros acima de uma poça d'água formada perto do reservatório que está vazando é de 100 milisieverts por hora. Isso significa que um operário exposto a esse nível receberia em um hora o equivalente à dose máxima de radiação acumulada em cinco anos autorizada pela legislação japonesa para trabalhadores do setor nuclear.

A água foi descoberta nesta segunda-feira, 19 de agosto de 2013. Ela provém de um dos inúmeros reservatórios de estocagem instalados no local para guardar água que foi parcialmente filtrada de certos elementos radioativos mas que continua contaminada.

Nesta terça-feira a Tepco conseguiu localizar o reservatório exato que está vazando e avaliou em 300 toneladas a quantidade que já escapou. Segundo os cálculos da empresa, o reservatório contém ainda cerca de 670 toneladas.

Um pequeno muro foi colocado ao redor dessas cisternas para evitar que a água se espalhe em caso de vazamento. No entanto, algumas válvulas podem ter sido deixadas abertas, fazendo com que a água radioativa escoe para fora da mureta, e provocando assim o aparecimento de poças d'água fora desse espaço fechado.

A empresa afirmou que por enquanto o líquido não caiu no Oceano Pacífico, que fica a cerca de 500 metros do lugar onde se formaram poças. Mas com o tempo essa água poderia aos poucos se misturar à água subterrânea acumulada em mais de dois anos e acabar indo para o mar.

Alerta

A instância de regulamentação do nuclear no Japão classificou esse incidente no nível 1 da escala internacional de eventos nucleares, o que corresponde a uma "anomalia". No entanto, não foi constatada nenhuma modificação nas medidas de radioatividade feitas longe das poças.

Essa foi a primeira vez que a entidade emitiu um alerta na escala internacional desde a catástrofe de março de 2011, que foi classificada no nível 7.

A Tepco agora trabalha para recolher a água que vazou e transferir a água do reservatório onde há vazamento para um outro, com a ajuda de bombas.

Água radioativa

A gestão da água radioativa (estocada em centenas de enormes cisternas instaladas especialmente para esse fim em diferentes lugares da central) é um dos problemas mais agudos encontrados pela Tepco. Esse líquido é consequência em sua maior parte do resfriamento indispensável dos reatores.

A questão da estocagem não é o único problema. Desde o acidente, grandes quantidades de água se acumularam no subsolo entre os reatores e o oceano Pacífico, onde uma parte escorre para o mar ao ritmo de 300 toneladas por dia, segundo as mais recentes avaliações.

A Tepco também está bombeando esse líquido radioativo enterrado, uma mistura que decorre do despejo maciço de água após o acidente, de água subterrânea presente no local em estado natural e de água da chuva. A companhia está tentando reduzir a quantidade de água radioativa que cai no mar - um fato que ela havia inicialmente negado.

Há duas semanas, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prometeu que as autoridades se envolveriam mais na administração dessa água contaminada.

Segundo o especialista francês Jérôme Joly, diretor geral-adjunto do Instituto Francês de Radioproteção e de Segurança Nuclear, o impacto ambiental do escorrimento dessa água subterrânea contaminada é marginal em relação à radioatividade total emitida em 2011 no momento do acidente.

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