Presença de radicais islâmicos entre rebeldes complica situação na Síria
A situação cada vez mais dramática na Síria volta a ganhar destaque na imprensa francesa desta manhã. Há dois anos e meio o país atravessa uma crise que além de ser política também se tornou humanitária. A presença de combatentes estrangeiros ligados a movimentos islâlmicos radicais entre os rebeldes também preocupa a comunidade internacional.
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O jornal La Croix traz relatos de moradores de Aleppo. “Me sinto acuada até na minha casa". Esse é título da reportagem do jornal que mostra o sentimento dos moradores da cidade no norte do país. Em entrevista ao diário católico, uma moradora relata que a vida em Aleppo está cada dia mais difícil. Os rebeldes ocupam o norte da cidade e as tropas do exército tentam avançar pelo centro e pelo oeste. Resultado: os moradores estão encurralados. Na cidade, falta tudo. Não há praticamente mais combustível, carne, frutas e pão são praticamente artigos de luxo. A inflação também disparou. Os problemas no fornecimento de energia elétrica tornaram-se parte da rotina.
O jornal também destaca outro problema. Entre os rebeldes, cresce a participação de grupos islâmicos radicais comandados por estrangeiros, o que dificulta ainda mais a decisão da comunidade internacional de fornecer armas para os opositores.
Para o Libération, nem o exército nem os rebeldes conseguem obter uma vantagem militar. No plano diplomático, a situação também está congelada. Segundo a ONU, pelo menos 100 mil pessoas já morreram no conflito que nasceu como uma contestação pacífica do governo de Bashar al Assad e virou uma guerra civil.
A intransigência do presidente sírio também impede o acesso de missões internacionais. Exceção à regra, a representante da Anistia Internacional Donatella Rovera passou um mês na Síria e relata que a, além do problema político e militar, insegurança é grave. Todos os dias acontecem sequestros que só são noticiados quando envolvem estrangeiros.
Os bombardeios também são uma ameaça ao patrimônio cultural sírio e a Unesco, órgão da ONU encarregado da cultura e da educação, assiste impotente a essa depredação. Muitos objetos saqueados na Síria já estão até sendo vendidos na internet.
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