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Egito/Crise

Egito pede ajuda de 4,8 bilhões de dólares para FMI

O Egito, que enfrenta uma grave crise econômica, pediu nesta quarta-feira ao Fundo Monetário Internacional um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares (quase 10 bilhões de reais), mais alto que os 3,2 bilhões previstos anteriormente. O assunto foi tratado durante a visita da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, ao Cairo, onde ela encontrou o presidente Mohamed Morsi e o primeiro-ministro, Hicham Qandil.

Christine Lagarde, diretora do FMI, e o presidente do Egito, Mohamed Morsi, durante encontro desta quarta-feira no Cairo.
Christine Lagarde, diretora do FMI, e o presidente do Egito, Mohamed Morsi, durante encontro desta quarta-feira no Cairo. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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“Os termos originais tratavam sobre 3,2 bilhões de dólares, nós falamos de um aumento até 4,8 bilhões, talvez mais”, declarou Qandil durante uma entrevista coletiva com Lagarde. O primeiro-ministro egípcio quer que um acordo seja assinado antes do fim do ano com uma taxa de 1,1% e um reembolso sobre cinco anos com um “período de graça” de 39 meses. Ele afirmou que espera que o apoio financeiro, quando concluído, ajude o Egito a conseguir fundos suplementares de outras instituições financeiras internacionais.

“As autoridades indicaram que o Egito quer que o FMI apóie financeiramente o programa econômico egípcio para ajudar o país a se restabelecer”, indicou Lagarde em um comunicado. “Colocar a economia do país nos trilhos e melhorar as condições de vida de todos não vai ser fácil”, acrescentou dizendo que o “FMI vai acompanhar o Egito neste caminho cheiro de desafios”.

Durante entrevista coletiva, ela acrescentou que a estratégia e a ambição expostas por Morsi e Qadil causaram boa impressão, mas ela continuou prudente sobre as modalidades e a quantia da ajuda do FMI. Lagarde sublinhou que eles não entraram em detalhes sobre a ajuda e o programa de medidas que o governo egípcio terá que aplicar para acompanhar o empréstimo.

A diretora-gerente disse que uma equipe técnica do FMI irá ao Cairo em setembro para continuar os trabalhos com as autoridades egípcias. Ela também sublinhou que o apoio do FMI deve ser aplicado conjuntamente com um programa de medidas de recuperação que o governo egípcio vai elaborar e cuja aplicação vai demandar “determinação”.

Crise

Desde a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, a situação econômica do país se agravou, enquanto a população tem fortes expectativas, principalmente em matéria de justiça social.

O turismo, setor vital da economia do país, retomou as atividades depois de ter afundado no ano passado, mas sem alcançar os lucros de antes da revolução. Os investidores estrangeiros também se afastaram em razão das incertezas políticas.

As reservas em divisa do Banco Central caíram de 36 bilhões de dólares (mais de 72 bilhões de reais) no começo de 2011 para 14,4 bilhões hoje (aproximadamente 29 bilhões de reais), criando temores sobre a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros internacionais e a continuar a importar produtos de primeira necessidade como o trigo.

As subvenções que permitem manter os preços de numerosos produtos como o pão ou os combustíveis também são ameaçadas pelo aumento do déficit orçamentário.

As discussões sobre um empréstimo do FMI foram adiadas diversas vezes, principalmente devido a divergências entre os atores políticos egípcios.

 

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