A descoberta pelo mundo de que o Brasil inaugurou uma fábrica de mosquitos modificados geneticamente para combater a dengue impressionou a comunidade científica, mas também fez opositores ao uso de transgênicos questionarem os efeitos da técnica na natureza. Sob a tutela do Ministério da Saúde, o laboratório Moscamed, em Juazeiro, na Bahia, vai produzir 4 milhões de mosquitos Aedes Aegypti transgênicos por semana.
Com a modificação genética, a larva que nasce após a fecundação da fêmea não consegue se desenvolver. Os mosquitos transgênicos foram soltos nas ruas de dois bairros da cidade, o que resultou em uma eliminação de 84% da população do inseto. Somente neste ano, 430 mil casos da doença foram registrados em todo o país.
Mas a alteração dos genes do inseto provoca polêmica. O cientista francês Christophe Lagneau, do Centro Interdepartamental de Combate aos Mosquitos, comenta os dilemas éticos e diz que a principal barreira do projeto é o tamanho da área em que será realizado. O cientista francês afirma que, se houvesse uma grande ocorrência de dengue na França ou na Europa, provavelmente a modificação genética dos mosquitos seria considerada. Christophe Lagneau analisa as chances de consequências para a natureza se os insetos transgênicos, que vivem apenas 15 dias, se transportassem para outras regiões.
No Brasil, o gerente do projeto do laboratório Moscamed, Danilo Carvalho, explica como foi a escolha dos bairros onde a técnica foi testada, e dá mais detalhes sobre qual são os efeitos da alteração genética.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro