Às vésperas da Rio+20, chefes de Estado não têm consenso sobre clima

As fortes divisões entre os mais de 150 países que deverão participar da Rio+20 forçaram a Organização das Nações Unidas a acrescentar uma rodada adicional de negociações para chegar a uma versão do documento final do evento que seja aceita por todos. Os representantes dos países estão reunidos desde terça-feira em Nova York para finalizar o esboço que deverá ser assinado pelos chefes de Estado no Rio de Janeiro no dia 22 de junho.

O Rio de Janeiro recebe a cúpula Rio+20, entre os dias 20 e 22 de junho de 2012 Wikimedia

O documento que será a declaração da Rio+20 foi criado em janeiro deste ano com 19 páginas. Conforme as negociações avançaram, mês a mês, ele chegou a mais de 200 páginas. Ele desembarcou em Nova York essa semana com 80. Mas segundo diplomatas brasileiros, a declaração do evento não deve ultrapassar 30 páginas. Esses números demonstram como é difícil fazer com que países desenvolvidos e países em desenvolvimento encontrem consenso em temas ligados ao desenvolvimento sustentável do planeta.

Apesar das várias críticas dos representantes das organizações não governamentais e da sociedade civil organizada, que dizem que o documento não traz metas específicas, o negociador chefe da delegação brasileira, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, afirma que a Rio+20 ajudará a dar um passo político. Só depois deste passo, as metas podem ser elaboradas por técnicos e cientistas.

Figueiredo diz que as negociações em Nova York estão “avançando bastante”. Porém, um dos temas mais complicados da declaração, que delibera quem deve financiar o aumento de investimentos em sustentabilidade no mundo, ainda é extremamente polêmico entre os países ricos e os países em desenvolvimento.

Da correspondente da Radio France Internationale em Nova York, Carolina Bonadeo.