Acessar o conteúdo principal
Síria

Síria contabiliza mais 18 mortos apesar de cessar-fogo

Presença de missão de observadores internacionais motiva novas ondas de protesto por todo o país, além de intensificação dos bombardeios sobre a "capital da revolução", Homs. Desde o início do cessar-fogo, considerado "frágil" pela ONU, mais de 120 pessoas foram mortas

Militantes protestam contra al-Assad nos arredores de Idleb
Militantes protestam contra al-Assad nos arredores de Idleb REUTERS/Raad Al Fares
Publicidade

Dezoito membros das forças de ordem foram mortos nesta sexta-feira na Síria. De acordo com veículos oficiais locais, a maioria deles, vítimas de atentados a bomba promovidos por "grupos terroristas" em várias cidades. Em Damasco, a televisão estatal afirmou que "um grupo terrorista armado explodiu uma carga de 100 kg em Sahm al Jolan, na região de Quneitra, matando dez membros das forças de ordem". Outros cinco morreram em Deraa, no sul do país, e mais três em Hama, de acordo com a agência oficial Sana.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), opositor do regime de Bashar al-Assad, afirmou que as forças sírias mataram um militante e um civil, nas regiões de Idleb (noroeste) e Alep (norte). A rede de ativistas Sham, também opositora, informou que a cidade de Homs, apelidada pelos manifestantes de "capital da revolução" vem sendo bombardeada por tropas do regime.

Esta intensa violência acontece, paradoxalmente, sob a vigência de um cessar-fogo, iniciado no último dia 12 de abril, como parte de um plano de paz estabelecido pelo mediador internacional Kofi Annan. Há, inclusive, uma missão de observadores da ONU em Damasco, encarregada de observar o cumprimento deste cessar-fogo, considerado frágil pelo próprio Annan. A palavra "frágil" chega a ser um eufemismo: mais de 120 pessoas morreram nos últimos oito dias.

A presença dos observadores motivou uma série de manifestações contra o regime al-Assad por todo o país. Vídeos divulgados via Facebook por militantes mostram grandes concentrações em Qamichli, na província de Hassaka, de maioria curda. Os opositores gritam frases de apoio a Homs. Outros vídeos mostram protestos em Herak, Idleb e Alboukamal. Há também manifestações menores em Beit Suhom e Irbin, no subúrbio de Damasco. A missão da ONU, no entanto, deve ignorar todos os protestos. De acordo com o coronel Ahmed Himmiche, a ideia é evitar que sua presença seja instrumentalizada e propicie uma escalada de violência. "Hoje, temos outras tarefas", afirmou. "Vamos nos reunir com civis e representantes de organizações".

O plano de paz de Kofi Annan tem sido visto pela comunidade internacional como uma última esperança contra uma guerra civil na Síria. Desde que começaram os protestos contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011, entre 9 mil e 11 mil pessoas morreram no país.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.