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FMI/Crise

Lagarde pede medidas radicais de países desenvolvidos contra crise

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, fez um apelo, em Washington, para que os países desenvolvidos tomem medidas radicais para quebrar o círculo vicioso da desaceleração do crescimento e o consequente aumento da dívida dos Estados. Lagarde pediu uma ação coletiva, audaciosa e urgente para enfrentar “uma nova fase perigosa da crise”.

Christine Lagarde, directora-gerente do Fundo Monetário Internacional.
Christine Lagarde, directora-gerente do Fundo Monetário Internacional. © Reuters
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

Em seu primeiro pronunciamento feito na capital americana desde que tomou posse do FMI em Julho, Lagarde alertou que o fraco crescimento e a fragilidade das contas públicas, que afetam governos, instituições financeiras e até as famílias nos países desenvolvidos, estão abastecendo a crise de confiança e atrapalhando o consumo, os investimentos e a criação de empregos. “Este círculo vicioso está ganhando força e, francamente, tem sido exacerbado por indecisão das políticas e disfunção política”, disse Lagarde.

No caso especifico dos Estados Unidos, a diretora do FMI endossou o projeto do presidente Barack Obama, anunciado na semana passada, para gerar empregos e estimular o crescimento. Mas chamou a atenção para a necessidade de as autoridades esclarecerem suas propostas de médio prazo para colocar a dívida pública em uma trajetória sustentável.

Sobre a Europa, Lagarde também apoiou o recente pronunciamento de apoio a Grécia feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo o presidente francês, Nicolas Sarkozy. No entanto, ela reforçou que os bancos europeus precisam de mais capital para apoiar as contas públicas, principalmente porque o problema da dívida em alguns países da zona do euro piorou.

Para Lagarde, enquanto o problema nos paises desenvolvidos é o crescimento anêmico e uma inaceitável taxa de desemprego, o problema nos emergentes é o superaquecimento – com pressão inflacionária, forte aumento do crédito e expansão do déficit em conta corrente. Ela insistiu que é preciso reequilibrar a economia mundial, caso contrário, todos sentirão os efeitos de uma possível recessão nas economias avançadas.

A diretora do Fundo propôs uma formula de “quatro Rs” - “reequilibrar”, “reparar”, “reformar” e “reconstruir” – para sustentar uma recuperação e estabilizar a economia global.

A diretora defendeu que o FMI está excepcionalmente bem posicionado para promover uma ação coletiva entre os 187 membros. Sobre a reforma da instituição, ela falou que é muito provável que os emergentes tenham mais representatividade no futuro.

O discurso de Lagarde foi feito no centro de pesquisas Woodrow Wilson nesta quinta-feira em antecipação à reunião anual do FMI e do Banco Mundial que ela presidirá pela primeira vez no próximo fim de semana em Washington.
 

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