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França/Política

Unir o Partido Socialista será primeiro grande desafio de Benoît Hamon

A vitória do “azarão” nas primárias dos socialistas e aliados é analisada pela imprensa do país nesta segunda-feira (30), dia seguinte à votação. Os jornais mostram reticências sobre a capacidade de Benoît Hamon de reunificar um partido fraturado pelas divisões expostas durante a campanha.

A vitória do ex-ministro Benoît Hamon, escolhido para ser o candidato do Partido Socialista na eleição presidencial francesa é manchete dos jornais do país.
A vitória do ex-ministro Benoît Hamon, escolhido para ser o candidato do Partido Socialista na eleição presidencial francesa é manchete dos jornais do país.
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A escolha do ex-ministro da Educação Benoît Hamon como candidato presidencial representa uma virada à esquerda do Partido Socialista (PS), afirma o jornal Le Figaro, em referência à ala que se rebelou e se afastou do governo de François Hollande em agosto de 2014. Para o jornal conservador, o ex-ministro terá a difícil tarefa de unir a legenda após as grandes divergências exibidas durante a campanha das primárias, que designou o candidato oficial para a eleição presidencial de 23 de abril e 7 de maio.

Um dos líderes do partido declarou que o ex-ministro soube captar as tendências alternativas que ocuparam espaço dentro da legenda e mostrou habilidade para transitar entre as diferentes correntes partidárias, apesar de sempre ter tomado posição firme à esquerda.

Para Le Parisien, a vitória de Hamon, com 58,8% contra 41% do rival, o ex-primeiro-ministro Manuel Valls, é cristalina e sem os erros que marcaram o primeiro turno das primárias, quando houve dúvidas sobre o número de votantes. Para o diário, o recado dos eleitores foi de uma opção pela ala mais à esquerda do Partido Socialista, enfraquecido pelo governo impopular de Hollande. O desafio do candidato “inesperado” será o de “reconciliar um partido ou o que sobrar dele”, ironizou o jornal.

Libération diz que Hamon foi legitimado nas urnas com a mobilização de mais de 2 milhões de eleitores, menos do que as primárias da direita, mas com uma participação melhor do que no primeiro turno. Porém, o caminho deste "outsider" até o Palácio do Eliseu será cheio de obstáculos, garante a publicação. A direita já critica abertamente seu programa considerado “irrealista”, como a proposta de distribuir uma renda básica de € 750 aos franceses.

Eleição presidencial aberta

O cenário político francês deixa a eleição presidencial de abril e maio completamente aberta, segundo a uma pesquisa publicada pelo Le Figaro. O socialista Hamon está em quarto lugar com 15% das intenções de voto, atrás do candidato independente Emmanuel Macron, com 21%, de Fillon, da direita, com 22% e da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen. A líder da Frente Nacional teria 25% dos votos no primeiro turno, de acordo com a sondagem.

“Nunca uma eleição presidencial na França proporcionou perspectivas tão incertas como esta”, diz Le Figaro em seu editorial.

Le Monde afirma em sua manchete que Hamon é o novo ator de uma campanha presidencial "maluca". A missão do candidato de unir a família socialista, que se encontra “à beira de uma crise de nervos”, será árdua, afirma o diário.

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