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França/crise

Perda do triplo A da França seria iminente

Os rumores de uma possível degradação da nota da  dívida soberana francesa, que pode perder seu triplo A, ganharam força nesta terça-feira. No mercado financeiro, a expectativa é de que a agência de classificação Standard & Poor’s possa fazer o anúncio nas próximas horas.

A agência Standard & Poor's
A agência Standard & Poor's Reuters
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O governo francês deve ser avisado pelo menos 12 horas antes da publicação do anúncio, mas por enquanto, não há nenhuma confirmação. A Standard & Poor’s lançou o alerta no início de dezembro. De acordo com um comunicado divulgado no dia 6, a França poderia perder dentro de três meses o triplo A, a nota máxima atribuída pelas agências de classificação de risco, que garante ao governo a possibilidade de obter empréstimos a taxas interessantes no mercado internacional para o pagamento dos juros da dívida soberana. O país poderia perder até dois graus, passando para AA. Outros 15 países da zona do euro estão na mira das agências.

Caso se concretize, a notícia também tem um forte significado político, a cerca de 100 dias das eleições presidenciais. Conjugando alta de impostos e rigor, teoricamente o governo francês não teria como justificar a perda da nota máxima, e esse discurso contraditório poderia a vir ser questionado pelos eleitores, afetados diretamente pela crise e a baixa do poder aquisitivo.

O governo até que tentou minimizar os efeitos do anúncio da Standard & Poor’s. Tanto o presidente Nicolas Sarkozy quanto o chanceler Alain Juppé declararam no final do ano que o país tem condições de superar a perda da nota, porque possui reservas de 6 bilhões de euros. A situação, entretanto, é um pouco mais complexa do que parece. Segundo especialistas, se a hipótese se confirmar, o risco francês, em alta, poderia pouco a pouco se aproximar das taxas aplicadas na Espanha ou na Itália, que são respectivamente de 5,4 e 6,7%. Desta forma, os juros dos empréstimos subiriam rapidamente, aumentando o déficit.

Em nível europeu, a França também estaria em uma posição desfavorável para contribuir para o FESF, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, e consolidar as reformas necessárias para a estabilização na zona do euro. A degradação da nota soberana também dificultaria a aplicação do acordo aprovado em dezembro em Bruxelas, que deve ser adotado até março pelos membros da União Europeia. Ele prevê sanções contra os estados deficitários e que não adotarem políticas rigorosas para limitar o déficit a 3% do PIB.
 

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