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G8/França

Rússia vai negociar com Kadafi uma solução para o conflito líbio

O comunicado final da cúpula do G8 em Deauville, balneário no noroeste da França, foi divulgado no final do encontro dos líderes dos oito países mais industrializados do planeta, no inicio da tarde desta sexta-feira. O G8 decidiu reforçar o apoio das potências ocidentais às revoltas populares no mundo árabe. Em Deauville, o presidente russo aceitou pedido da França e dos Estados Unidos para mediar o conflito líbio.

O presidente russo Dmitri Medvedev no encerramento da cúpula do G8 de Deauville, nesta sexta-feira, 27 de maio.
O presidente russo Dmitri Medvedev no encerramento da cúpula do G8 de Deauville, nesta sexta-feira, 27 de maio. Reuters
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Os presidentes Barack Obama e Nicolas Sarkozy tiveram um encontro bilateral antes do encerramento da cúpula do G8. Obama disse que a França e os Estados Unidos estão dispostos a manter os ataques na Líbia até a queda de Kadafi. Os dois líderes pediram a mediação da Rússia para tentar solucionar o conflito líbio.
 

O presidente Medvedev, que criticou varias vezes a intensidade das operações militares da Otan na Líbia, aceitou a tarefa de negociar uma solução com o regime de Kadafi. Líbia e Síria são vistos pelo G8 como um obstáculo a propagação do espírito das revoltas democráticas iniciadas na Tunísia e no Egito.
 

Pacote de ajuda

O G8 promete bilhões de dólares de ajuda aos países que seguirem o exemplo da Tunísia e do Egito. Para isso, uma parceria duradoura para o desenvolvimento na região foi lançada. A declaração final fala em um pacote de 20 bilhões de dólares, mas o presidente Sarkozy revelou que a ajuda total será de 40 bilhões de dólares para ajudar a transição democrática nos países árabes, explicando que as verbas do FMI e as promessas bilaterais não foram incluídas no comunicado final.
 

O G8 condena o governo sírio, que reprime violentamente os manifestantes pró-democracia. Mas a declaração não ameaça, como esperado, a Síria com sanções do conselho de Segurança da ONU, provavelmente por causa da pressão russa O texto também afirma que Muammar Kadafi perdeu toda legitimidade e deve deixar o poder. Os confrontos no Iêmen também preocupam e o G8 pede que presidente Ali Abdallah Saleh aceite as aspirações legitimas do povo iemenita.
 

Egito e Tunísia: principais beneficiários do pacote de ajuda
 

O pacote de 20 bilhões de dólares prometido pelo G8 será financiado por bancos de desenvolvimento multilaterais, como o Banco europeu de Investimento. Cinco bilhões de dólares serão destinados exclusivamente ao Egito e a Tunísia, entre 2011 e 2013 para a apoiar as reformas que estão sendo implantadas nesses países.
 

Os países do G8 também prometem ajudas bilaterais que se somariam a este pacote. Obama já anunciou 2 bilhões de dólares somente para o Egito, a Grã-Bretanha 175 milhões de dólares, a França 1 bilhão de euros e a União Europeia estuda desbloquear mais 1,5 bilhão de dólares suplementares.
 

O FMI também declarou em Deauville que poderia liberar até 35 bilhões de dólares para ajudar a estabilizar as economias dos países em processo de transição. As necessidades financeiras desses países são grandes. O Egito pede entre 10 a 12 bilhões até 2012 e Tunísia 25 bilhões de dólares em cinco anos.
 

Economia global

A declaração final do G8 de Deauville também analisou a economia mundial. As potencias ocidentais continuam preocupadas com os desequilíbrios globais, mas garantiram que vão manter os esforços para garantir um crescimento forte, e equilibrado e duradouro, baseado em uma economia sustentável. Nesse sentido, o G8 trabalha em parceria com o G20.
 

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