Ministra francesa diz que há corpos entre os novos destroços do AF447
Esperança na França após a descoberta de destroços do Airbus A330 da Air France no litoral brasileiro neste domingo. A ministra francesa dos Transportes confirmou hoje que "uma parte importante do avião foi localizada". Ela também revelou que corpos foram encontrados e novas vítimas poderiam ser identificadas. Com a descoberta, a BEA, agência francesa de investigação e análise para a aviação civil, espera localizar rapidamente as caixas-pretas do avião. Ouça a nossa reportagem.
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As primeiras fotos da descoberta surpreendente dos destroços do AF447 no fundo do oceano Atlântico serão divulgadas na tarde desta segunda-feira pela BEA, a agência francesa responsável pela investigação da catástrofe. A BEA já identificou a partir das primeiras informações enviadas por um dos submarinos Remus que participam das quatro fases de buscas o motor e as asas do Airbus A330. A ministra francesa dos
Nathalie Kosciusko-Morizet, ministra francesa dos Transporte
Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, afirmou que uma parte grande e importante do avião que foi encontrada. Ela revelou que corpos também foram encontrados e novas vítimas poderiam ser identificadas.
O diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, ressaltou que os destroços estão "relativamente concentrados" no fundo do oceano e que isso é um dado favorável à localização das caixas-pretas, instrumentos fundamentais para explicar as causas do acidente. Troadec já anunciou uma nova operação nos próximos dias para resgatar os destroços. O navio e os submarinos que estão na região não são equipados para recuperar os destroços que estão a quase quatro mil metros de profundidade e um novo navio será enviado à região.
Apesar da descoberta quase dois anos após a catástrofe com o voo AF447 que deixou 228 mortos, especialistas francesas ressaltam que o momento é de esperança, mas não de vitória. Somente a descoberta das caixas-pretas poderá revelar a verdade sobre a catástrofe. Além do mais, mesmo se elas forem resgatadas, não se sabe se as informações gravadas poderão ser recuperadas, ressaltam os especialistas.
Nelson Marinho, presidente da Associação brasileira das vítimas do AF447
As associações de famílias das vítimas na França também estão prudentes. Elas comemoram a descoberta dos novos destroços nessa quarta fase de buscas, realizada após insistência dos familiares das vítimas do AF447, mas esperam que as caixas-pretas sejam encontradas. Para Nelson Marinho, presidente da Associação brasileira, a esperança de se encontrar todos os destroços do avião e quem sabe novos corpos de vítimas de renova.
Até o momento, as investigações sobre o acidente com o voo AF447, que caiu no mar na noite de 31 de maio a primeiro de junho de 2009, apontam um defeito das sondas de velocidade Pitot como a principal responsável pela catástrofe. Em meados de março, a justiça francesa indiciou a Air France e a Airbus por homicídio involuntário no acidente.
Quarta fase de buscas
A quarta fase de buscas pela carcaça e as caixa-pretas do avião da Air France começou no dia 25 de fevereiro. A expedição é coordenada pelo BEA e uma equipe do instituto americano Woods Hole Oceanographic a bordo do navio Alucia, que envia os robôs submarinos Remus para vasculhar o fundo do oceano. Foram esses robôs que fotografaram os destroços do AF447 localizados a uma profundidade de 3 mil a 4 mil metros.
O diretor-geral da Air France quebrou o silêncio, já que a companhia aérea é sempre muito prudente ao falar sobre o acidente. Pierre Henri Gourgeon disse que a descoberta dos destroços traz uma esperança para se compreender as causas da catástrofe. Finalmente, a Air France poderá dar uma resposta às questões que há dois anos atormentam os técnicos e os familiares das vítimas, declarou o diretor-geral ad Air France.
Os trabalhos dessa quarta fase de buscas são financiados pela Air France e a Airbus e tiveram um custo inicial estimado em 9 milhões de euros, cerca de 20 milhões de reais. Até hoje, dos 228 mortos, só foram resgatados 49 corpos.
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