Agência Europeia de Segurança Aérea pode ser indiciada no caso AF447

A Agência Europeia de Segurança Aérea pode ser indiciada pela Justiça francesa no processo que acusa Air France e Airbus de homicídio involuntário no acidente com o voo AF447 Rio-Paris em 2009, segundo uma reportagem do jornal francês Le Figaro desta segunda-feira.

Os destroços do avião da Air France que caiu no mar quando fazia a rota Rio-Paris. Foto : Reuters

No estágio em que encontram, as investigações sobre o que aconteceu com o Airbus A330 na noite de 31 de maio de 2009 apontam que não apenas a fabricante aérea e a companhia Air France seriam culpadas pelo acidente, mas também a Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA) teria uma parcela de responsabilidade.

De acordo com informações do jornal Le Figaro, o inquérito indica que a agência não emitiu alertas suficientes sobre os perigos envolvendo o congelamento das sondas de velocidade Pitot, o que é considerado até o momento como a pincipal causa da tragédia.

Outros incidentes com as sondas, semelhantes ao que ocorreu com a aeronave da Air France, já haviam sido registrados antes da catástrofe.

Nesta segunda-feira, um porta-voz da AESA afirmou que a agência estará pronta para testemunhar à Justiça se for convocada. O responsável ainda informou que o órgão ainda não recebeu qualquer pedido formal de explicações por parte da França.

A Airbus e a Air France foram convocadas a comparecer à Justiça no dia 17 de março, quando serão provavelmente indiciadas por homicídio involuntário devido ao acidente que provocou a morte de 228 pessoas. As famílias das vítimas desejam derrubar a imunidade europeia da agência, sediada na Alemanha. A AESA argumenta que não está submetida à jurisdição francesa e que seria necessário um acordo franco-alemão para que a entidade pudesse responder criminalmente pelo acidente.

Em janeiro, a agência anunciou que deve alterar as norma europeias de segurança aérea e pedir a substituição de todas as sondas Pitot AA pelo tipo mais recente, o BA.