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França/WikiLeaks

Telegrama diz que o Gabão alimentou caixa dois da campanha de Sarkozy

Novas revelações do site de vazamentos WikiLeaks demonstram que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, teria recebido dinheiro ilegal de dirigentes do Gabão, entre eles o ex-presidente Omar Bongo, morto em 2009, durante a campanha presidencial de 2007. As "contribuições" teriam alimentado o caixa dois de vários partidos políticos franceses, inclusive da oposição.

Em visita ao Gabão, dois meses após a posse, Nicolas Sarkozy passeia pelas ruas de Libreville em carro aberto com o então presidente Omar Bongo.
Em visita ao Gabão, dois meses após a posse, Nicolas Sarkozy passeia pelas ruas de Libreville em carro aberto com o então presidente Omar Bongo. Reuters
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Partidos políticos franceses receberam dinheiro ilegal do Banco de Estados da África Central, segundo um telegrama diplomático do WikiLeaks publicado pelo jornal espanhol El Pais. As remessas de dinheiro teriam sido enviadas por dirigentes gaboneses, entre eles o falecido presidente Omar Bongo e seu filho e atual presidente do país, Ali Bongo. Um telegrama com essas informações foi enviado por um funcionário da alta hierarquia de Bongo à embaixada americana da República de Camarões, em julho de 2009, quatro dias após a morte do presidente gabonês.

O autor do telegrama mencionou um desvio de 30 milhões de euros. Segundo o funcionário, havia três destinos para o dinheiro: dirigentes do banco, empresas fantasmas e dirigentes gaboneses que repassariam o dinheiro diretamente para partidos franceses. Tanto partidos de direita como de esquerda foram citados no texto, mas o que é mencionado mais vezes no telegrama é o partido do ex-presidente Jacques Chirac e do atual presidente, Nicolas Sarkozy.

Omar Bongo ficou no poder no Gabão durante 42 anos até sua morte, no dia 8 de junho do ano passado. Sarkozy fez questão de participar dos funerais do líder. Em 2007, Bongo foi o primeiro presidente que Sarkozy recebeu no Palácio do Eliseu depois da posse.

O Partido Socialista, o maior da oposição, que também é citado como beneficiário de remessas ilícitas do Gabão, declarou não possuir nenhuma ligação com as informações divulgadas pelo WikiLeaks e alertou para a necessidade de prudência na análise do conteúdo desses textos.

O Palácio do Eliseu se recusou a comentar as informações divulgadas pelo WikiLeaks.

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