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FRANça

Greve leva 3,5 milhões de franceses às ruas, segundo sindicatos

O Ministério do Interior francês reconheceu um aumento do número de manifestantes nas ruas, na quarta greve contra a reforma da previdência do governo Sarkozy. Várias categorias profissionais, como os metroviários de Paris, ferroviários da companhia SNCF e trabalhadores das refinarias de petróleo, aprovaram em assembleias a recondução da greve.

Em Paris, um manifestante carrega cartaz com a frase "64 anos, desempregado" refletindo um dos problemas da reforma, a falta de políticas de manutenção do emprego acima de 50 anos.
Em Paris, um manifestante carrega cartaz com a frase "64 anos, desempregado" refletindo um dos problemas da reforma, a falta de políticas de manutenção do emprego acima de 50 anos. Reuters
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A quarta greve geral contra a reforma da previdência do governo Sarkozy reuniu 3,5 milhões de manifestantes nas ruas, segundo os sindicatos de trabalhadores, 1,2 milhão de pessoas, segundo o Ministério do Interior. Duzentas e quarenta e quatro manifestações foram organizadas em todo o país, em protesto contra o projeto que aumenta de 60 para 62 anos a idade mínima para se aposentar e de 65 para 67 anos a idade para obtenção da pensão completa.

Em Paris, cerca de 330 mil manifestantes, segundo os sindicatos, 89 mil de acordo com a polícia, caminharam de Montparnasse até a Bastilha, um percurso de pouco mais de 4 km. A Torre Eiffel, monumento símbolo da capital francesa, fechou no período da tarde por causa da adesão dos empregados à greve.

Ao meio dia, o Ministério do Interior já reconhecia um aumento expressivo do número de manifestantes em relação às greves anteriores. Falando aos deputados na Assembleia Nacional, o primeiro-ministro François Fillon declarou que o governo manterá a reforma até sua completa aprovação no Senado. O Partido Socialista, maior bancada de oposição, pediu a Sarkozy a retirada do projeto.

Os transportes públicos estão afetados desde a noite de segunda-feira. Apenas 25% dos trens de grande velocidade circularam nesta terça-feira. Já o Eurostar, que liga Paris a Londres, funcionou normalmente. No metrô parisiense, algumas linhas operam parcialmente e outras têm tráfego normal. Como previsto, nos aeroportos da capital, 50% dos voos foram cancelados em Orly e 30% em Charles De Gaulle-Roissy, principalmente os de curta e média distância. De acordo com o Ministério da Educação, 300 escolas de ensino médio do país permaneceram fechadas, o que representa 7% do total.

O apelo à paralisação foi reforçado em direção aos jovens. Secundaristas e estudantes universitários compareceram em peso às manifestações, sinalizando a forte mobilização popular. A presença de estudantes nas manifestações anteriores foi considerada pequena e, desta vez, os líderes sindicais contaram com eles para aumentar a pressão por mudanças no projeto de reforma.

O governo francês está preocupado com o abastecimento de combustível no país, já que dez das doze refinarias francesas votaram a favor da recondução da greve. Em várias categorias profissionais, como entre os metroviários de Paris e os ferroviários da companhia SNCF, as assembleias de trabalhadores votaram pela continuidade da greve. A ideia dos sindicatos é manter a paralisação até o próximo sábado, quando está prevista uma nova manifestação nacional.

Uma sondagem de opinião do instituto Ipsos para a revista semanal Le Point mostra que a popularidade de Nicolas Sarkozy recuou três pontos em um mês, caindo para 31%, a pior avaliação desde que ele chegou ao poder em 2007. 

O governo se mantém inflexível em relação aos principais pontos da reforma, como a passagem da idade mínima para se aposentar de 60 para 62 anos. No entanto, alguns itens foram modificados e o governo concedeu vantagens às mães de três filhos ou mais e aos trabalhadores com empregos precários. Na noite de segunda-feira, os senadores aprovaram a medida que eleva de 65 para 67 anos a idade mínima para a aposentadoria integral. O artigo recebeu 174 votos a favor e 159 contra. Outros artigos serão analisados até o fim desta semana e a reforma deverá ser definitivamente adotada antes do final do mês.

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