Franceses protestam contra reforma da previdência

Esta terceira manifestação em menos de um mês mostrou que os franceses continuam mobilizados contra o aumento da idade legal da aposentadoria de 60 para 62 anos. Milhares de pessoas protestaram nas ruas das principais cidades do país.

Manifestação de 2 de outubro contra a reforma da previdência em Toulouse, no sul da França. AFP/ ERIC CABANIS

A nova jornada de mobilização contra a reforma da previdência na França, neste sábado, voltou a ser uma batalha de números entre os sindicatos e a polícia. As centrais sindicais afirmam que o nível de participação nas diversas manifestações foi praticamente o mesmo que nas jornadas anteriores de 7 e 23 de setembro.

A polícia afirma o contrário. Para o ministério do Interior, 63 mil pessoas desfilaram na principal passeata nacional, em Paris, duas mil a menos do que há duas semanas. Em todo o país, a polícia contou menos de 900 mil manifestantes contra um milhão de pessoas que foi às ruas em 23 de setembro.

Os sindicatos falam em quase três milhões de manifestantes em todo o país, como nas duas jornadas anteriores, e em 310 mil em Paris. “Reunir três vezes três milhões de pessoas contra a reforma da previdência é um sucesso inegável”, afirmou Jean-Claude Mailly, secretário-geral da Força Operária, um dos principais sindicatos franceses.

O presidente do Partido de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, lembra que o governo apostava na desmobilização dos trabalhadores e avalia que a relação de forças é agora favorável aos sindicatos. Mélenchon prediz um bela batalha no Senado, onde o projeto governamental de reforma da previdência começa a ser votado a partir da próxima terça-feira.

O texto já foi aprovado pelos deputados no dia 15 de setembro. Outras manifestações contra a reforma já estão previstas. A próxima jornada de greve e passeatas está marcada para 12 de outubro.