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França/Previdência

França tem nova greve contra reforma da previdência

A mobilização, nesta quinta-feira, deverá pertubar o transporte público nas principais cidades francesas, principalmente linhas de metrô, trens suburbanos e trens de alta velocidade que circulam no interior do país. A paralisação também promete ter impacto no tráfego aéreo. A aviação civil informou que metade dos voos serão anulados no aeroporto de Orly e 40% em Roissy-Charles de Gaulle.

A França se prepara para mais um dia de greve geral nesta quinta-feira.
A França se prepara para mais um dia de greve geral nesta quinta-feira. Reuters
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Esta é a segunda greve em menos de um mês convocada pelos principais sindicatos de trabalhadores franceses para protestar contra a polêmica reforma da previdência proposta pelo governo de Nicolas Sarkozy. O projeto de lei, que tem como principal medida elevar a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos, até 2018, já foi aprovado pelos deputados na semana passada. Em uma sessão parlamentar tumultuada, o texto foi aprovado por 329 votos a favor e 233 contra.

O projeto de lei do Executivo francês tramita atualmente no Senado, onde deverá ser votado no início de outubro. A percepção no governo é que a reforma vai representar uma entrada de 20 bilhões de euros de receitas adicionais em 2018, menos da metade do déficit previsto no caixa da previdência social. O Partido Socialista, a maior bancada de oposição, pretende dificultar a análise do texto no Senado e promete recuar a idade da aposentadoria aos 60 anos, se vencer as eleições presidenciais em 2012.

Apesar da aprovação na Assembleia Nacional, os sindicatos de trabalhadores acreditam que a batalha ainda não está perdida. As centrais apostam na mobilização popular para fazer o governo recuar. Na última greve, realizada no dia 7 de setembro, entre 2,5 milhões e 3 milhões de pessoas, segundo os sindicatos, e 1 milhão, de acordo com o governo, partciparam das cerca de 200 manifestações realizadas em todo o país. Os sindicatos garantem que o número de protestos previstos nesta quinta-feira é maior, principalmente em cidades pequenas e médias.

O presidente Nicolas Sarkozy admite pequenas emendas ao projeto originalmente enviado ao parlamento sem, contudo, desfigurar a reforma. Entre as concessões estão as que se referem às carreiras consideradas “penosas”, como trabalho noturno, horários irregulares, atividades de forte esforço físico, exposição a substâncias tóxicas ou atividades insalubres. Nesses casos, a reforma previa que todo trabalhador com uma incapacidade igual ou superior a 20% poderia se aposentar aos 60 anos. Sarkozy pretende estender a medida para os trabalhadores que tiverem 10% de incapacidade, beneficiando principalmente os trabalhadores rurais.

As carreiras longas também mereceram a condescendência do governo e um investimento suplementar de 350 milhões de euros, mais de 760 milhões de reais. O projeto prevê que as pessoas que começaram a trabalhar cedo, antes dos 18 anos, e já cumpriram o tempo total de contribuição, poderão se aposentar aos 60 anos ou até mesmo antes.

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