Para Aviação Civil francesa nova busca por caixas-pretas é provável

O diretor geral da Aviação Civil da França, Patrick Gandil, declarou ser possível uma nova fase de buscas pelas caixas-pretas do Airbus A330 da Air France que caiu no mar entre o Rio de Janeiro e Paris no ano passado com 228 pessoas a bordo.

AFP

A terceira fase das buscas pelas caixas-pretas e pelos destroços do avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio de 2009 terminou sem sucesso no último dia 25 de maio. Segundo o diretor geral da Aviação Civil da França, Patrick Gandil, o BEA (Bureau d'enquêtes et d'analyses), agência francesa responsável pela investigação técnica do acidente com o vôo AF 447 Rio-Paris, havia decidido na época dar continuidade à operação no Oceano Atlântico, o que ainda não foi confirmado oficialmente.

"Eu sei que depois da última campanha foi prevista uma nova fase de buscas após discussões com o Ministério da Defesa da França e a análise de um painel de especialistas internacionais", afirmou Patrick Gandil, diante de deputados da Assembléia Nacional francesa. Ele esclareceu que quem decide se haverá mesmo uma nova campanha é o BEA e não a Aviação Civil da França. De acordo com um porta-voz da agência francesa, o BEA está analisando a situação com seus parceiros e autoridades para tomar uma decisão.

As caixas-pretas poderiam ajudar a explicar as causas do acidente com o voo AF 447. "Compreender o que aconteceu ajudaria muito nas decisões que deveremos tomar no futuro", afirmou Patrick Gandil. Ele lembrou que atualmente há um debate entre os construtores Airbus e Boeing, as grandes companhias aéreas e as autoridades de aviação civil sobre os procedimentos de urgência a adotar em caso de perda da estabilidade da aeronave. A hipótese de uma perda de estabilidade do Airbus A330 em consequência de uma indicação de velocidade incorreta fornecida pelas sondas Pitot foi evocada por certos observadores como uma hipótese para explicar o acidente.

A catástrofe do voo AF 447 completou um ano no dia 31 de maio. No dia seguinte, familiares das vítimas participaram de cerimônias em Paris para lembrar os 228 mortos na tragédia e pediram novamente que as buscas pelas caixas-pretas continuem.