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Cidade francesa proíbe moradores de usarem smartphones em espaços públicos

A cidade de Seine-Port, na periferia de Paris, proibiu os moradores de usar celulares diante das escolas, mercados, lojas, caminhando pelas ruas ou em qualquer espaço público. A decisão foi tomada após uma votação em que 54% dos habitantes apoiaram medidas para limitar o uso de novas tecnologias. 

Moradores de Seine-Port votaram a favor de uma cartilha que visa combater o uso excessivo de smartphones e tablets por jovens.
Moradores de Seine-Port votaram a favor de uma cartilha que visa combater o uso excessivo de smartphones e tablets por jovens. © Pixabay/CC0/ terimakasih0
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"Você apoia a nova cartilha comum para o bom uso de telas?": essa foi a pergunta feita no plebiscito realizado no último domingo (4) no município francês de Seine-Port, de cerca de dois mil habitantes. Na votação, que contou com apenas 20% de participação, o "sim" venceu por 54% dos votos. 

Essa é a primeira vez que uma cidade se engaja contra a superexposição das pessoas a smartphones e tablets. Essas tecnologias não poderão mais ser utilizadas em locais públicos.

O resultado surpreendeu até mesmo o prefeito de Seine-Port, Vincent Paul-Petit, do partido de direita Os Republicanos. "Esperava uma diferença maior. É tão intrusivo. As pessoas têm a impressão que estamos nos metendo na vida delas. Eu não quero isso! Mas existe um problema de saúde pública. É preciso ajudá-las", afirmou, em entrevista ao jornal francês Le Parisien.  

Além da proibição do uso de smartphones e tablets nas ruas, a cartilha aprovada também recomenda às famílias a proibição de qualquer tipo de tela, incluindo televisão e videogames, durante as refeições e à noite, antes de dormir. 

População dividida

O resultado da consulta popular dividiu os moradores de Seine-Port. Muitos acreditam que não cabe ao prefeito intervir na esfera privada e na educação familiar das crianças. Outros acreditam que a cartilha incitará mães e pais a prestarem mais atenção no uso das tecnologias em casa.

A medida irritou principalmente os jovens, que reclamam da falta de atividades esportivas e culturais na pequena cidade. "Não tem nada para as pessoas de 10 a 15 anos fazerem aqui", reclama um rapaz, em entrevista à emissora France 3. "Não podem tirar algo da gente sem propor outra coisa no lugar. Sem esporte, sem nada, só nos restam as telas", diz uma garota. 

Como contraproposta, o município promete criar um espaço esportivo e um cineclube para crianças e adolescentes. A prefeitura também vai oferecer um celular simples a famílias que se comprometerem a não comprar smartphones até que os adolescentes cheguem no ensino médio. 

A proibição dos celulares nos espaços públicos, no entanto, é meramente simbólica. Por lei, nenhuma multa ou verbalização pode ser imposta na França pelo simples uso de tecnologias nas ruas. 

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