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Ilha da Reunião é confinada por ameaça de ciclone devastador de proporções históricas

As autoridades de segurança dessa ilha francesa no Oceano Índico anunciaram que um alerta vermelho de ciclone será emitido a partir deste domingo (14). A população da Ilha de Reunião será completamente confinada para se proteger do furacão.

O ciclone Bilal deve passar próximo da Ilha de Reunião entre o final da noite de domingo, 14 de janeiro de 2024, e a segunda-feira.
O ciclone Bilal deve passar próximo da Ilha de Reunião entre o final da noite de domingo, 14 de janeiro de 2024, e a segunda-feira. © Météo France
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A partir desta noite deste domingo (14) até a manhã de terça-feira (16), "todos devem se confinar em um local seguro", disse o administrador do Estado Jérôme Filippini em uma coletiva de imprensa. O representante pediu aos cerca de 870.000 habitantes da ilha que "dediquem as próximas horas a não fazer nada além de se preparar para o confinamento", em particular garantindo "onde se abrigar" e "a disponibilidade de estoques de água e comida".

Macron acompanha a situação de perto

Em uma mensagem publicada no X (antigo Twitter), o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, pediu à população da Ilha da Reunião que "não saia na rua e não se movimente". "Todos os recursos foram mobilizados" para ajudá-los, acrescentou o ministro do Interior e dos Territórios Ultramarinos, que disse estar monitorando a situação "de perto", em conjunto com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro, Gabriel Attal. Na mesma rede social, a presidente da região (cargo equivalente ao de governador no Brasil), Huguette Bello, pediu que "o povo da Ilha da Reunião tenha o máximo de cautela". "Estamos enfrentando um teste difícil", disse ela.

Abrigos para pessoas em situação de vulnerabilidade

De acordo com as autoridades, seis centros de convivência foram criados para pacientes que precisam de tratamento, além dos 142 centros de acomodação existentes em toda a ilha para abrigar pessoas em situação de precariedade ou que vivem nas proximidades de barrancos ou perto de cursos d'água, em caso de inundação.

As autoridades temem que o ciclone Belal, que atualmente é uma "forte tempestade tropical" localizada a cerca de 280 quilômetros a noroeste da Reunião, se torne um "ciclone tropical intenso" na segunda-feira, ao passar pela ilha ou por suas imediações. Seus ventos podem ser "devastadores", de acordo com a agência metereológica nacional Météo France, que fala de um ciclone "que pode deixar sua marca na história" da Ilha da Reunião.

Fenômeno mais intenso da história da ilha

A Ilha da Reunião não é atingida por um ciclone intenso há mais de dez anos, quando houve a passagem do Bejisa nos primeiros dias de 2014. "O que está acontecendo na Ilha da Reunião é um fenômeno que, sem dúvida, é ainda mais intenso do que o que pudemos falar ontem, quando fizemos referências a dez ou vinte anos atrás", alertou o representante do Estado, referindo-se ao ciclone Jenny, que varreu a ilha em 1962. "Isso mostra a gravidade da situação", acrescentou.

De acordo com a Météo France, "o ciclone Belal será intenso, com ventos que podem ultrapassar 200 km/h ao longo da costa e 250 km/h ou mais" nas partes mais altas da ilha. "São ventos destrutivos e devastadores que podem causar grandes danos", disse Sébastien Langlade, diretor de previsões da Météo France Réunion. Devido às chuvas previstas, "alguns rios e riachos provavelmente ultrapassarão o limite preventivo amanhã, segunda-feira. Esses limites têm referências de 30 ou 100 anos. Isso significa que teremos um grande evento", insistiu Filippini.

Embora as tensões estejam começando a aumentar, muitas pessoas na Ilha da Reunião ainda estão aproveitando as últimas horas de calma para sair de casa. Os suprimentos de comida e água têm sido estocados, mas poucos moradores fizeram barricadas para se proteger. Alguns até duvidam da violência do evento e dizem que não estão tomando nenhuma precaução especial. "Tudo o que podemos fazer agora é esperar", disse um morador local à correspondente da RFI na ilha, Lola Fourmy, ao meio-dia de domingo, enquanto observava o céu já cinzento.

(Com AFP)

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