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Ciclone tropical deixa ao menos dez mortos e milhares de deslocados em Madagascar

Ao menos seis pessoas morreram e cerca de 48 mil foram deslocadas em Madagascar após a passagem de Batsirai. O ciclone tropical atingiu a ilha do Oceano Índico na noite deste sábado (5) com ventos de até 235 quilômetros por hora, provocando muitos estragos. Neste domingo (6), as autoridades temem que as fortes chuvas provoquem inundações.

Moradores em uma estrada do sudeste de Madagascar destruída por um deslizamento de terra após a passagem do ciclone Batsirai, neste domingo, 6 de fevereiro de 2022.
Moradores em uma estrada do sudeste de Madagascar destruída por um deslizamento de terra após a passagem do ciclone Batsirai, neste domingo, 6 de fevereiro de 2022. REUTERS - ALKIS KONSTANTINIDIS
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O ciclone tropical, que atravessou o país de leste a oeste, perdeu força neste domingo, mas continua gerando receio de enchentes devido às chuvas torrenciais, informou o instituto de meteorologia. "Há medo de enchentes localizadas ou generalizadas após as fortes chuvas". Batsirai deixou Madagascar “pelo canal de Moçambique, na parte norte da ilha".

Após ter provocado chuvas torrenciais durante dois dias na ilha francesa de La Réunion, Batsirai atingiu Madagascar no sábado às 20h horas locais (14h em Brasília) no distrito de Mananjary, a mais de 530 quilômetros ao sudeste da capital Antananarivo, com ventos de 165 km/h e rajadas de até 235 km/h. Logo após a chegada do ciclone, as autoridades contabilizaram que quase 27 mil pessoas já tinham abandonado suas casas. Um balanço oficial neste domingo informa 47.888 deslocados.

Desde sexta-feira (4), a ilha enfrenta ventos e chuvas contínuas, e os habitantes se prepararam para enfrentar o ciclone com os poucos recursos disponíveis. Madagascar é um dos países mais pobres do mundo. Em janeiro, já havia sido afetado pela tempestade tropical Ana, que também atingiu o Malawi, Moçambique e Zimbábue, provocando uma centena de mortos (56 deles em Madagascar) e dezenas de milhares de afetados.

Cozinhando com água suja

Na cidade costeira de Vatomadry, no leste do país, mais de 200 pessoas se refugiaram em um quarto de um prédio de concreto de propriedade chinesa. As famílias dormiam no chão, em tapetes ou colchões.

Um funcionário municipal, Thierry Louison Leaby, lamentou a falta de água potável depois que a empresa local cortou o abastecimento antes do ciclone. "As pessoas estão cozinhando com água suja", disse preocupado, temendo um surto de diarreia. "O governo tem que nos ajudar. Não nos deram nada", reclamou.

A diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para Madagascar, Pasqualina Di Sirio, prevê uma "grave crise" na ilha, onde Batsirai poderia afetar mais de 600 mil pessoas, entre elas 150 mil deslocados. A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Meio Crescente Vermelho (FICR), cujas "equipes e sócios" locais estão "em alerta e mobilizados nas comunidades", estimou que um total de 4,4 milhões de pessoas estão ameaçadas de alguma forma pelo ciclone.

Na manhã deste domingo, Batsirai atingiu enfraquecido o canal de Moçambique. de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o ciclone deverá alterar a navegação marítima e provocar chuvas intensas nas regiões costeiras do país africano.

Todo ano, durante a temporada de ciclones (de novembro a abril), cerca de dez tempestades ou ciclones atravessam o sudoeste do Oceano Índico de leste a oeste.

(Com informações da AFP)

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